4 Diferenças Entre a Liberdade Como Marca e a Filosofia da Liberdade
Se o objetivo for a liberdade genuína, a retórica sobre a liberdade não será suficiente.
Patrick Carroll - 19 MAR, 2024
Se você perguntar ao americano médio o que ele pensa sobre “liberdade” ou “liberdade”, é provável que obtenha uma resposta positiva. O amor pela liberdade está incorporado no tecido cultural da América, e isto é especialmente evidente quando comparamos os EUA com o resto do mundo.
Mas para um país que se orgulha de ser a “terra dos livres”, há algumas coisas que parecem, bem, erradas. A América tem a maior população carcerária per capita do mundo, por exemplo. Também tem um bom número de regulamentações económicas que interferem no mercado livre.
Isto levanta a questão: se os americanos são tão apaixonados pela liberdade, porque é que a América deixa tanto a desejar nesta frente?
A resposta, acredito, é que existem duas maneiras de compreender a liberdade. Existe a marca da liberdade e existe a filosofia da liberdade. Para a maioria dos americanos, o que eles realmente gostam é da marca da liberdade. É a ideia geral de liberdade que eles realmente gostam. Não há nada de errado com isso, é claro, mas não é o mesmo que estar na filosofia da liberdade.
Para compreender esta distinção, vejamos quatro diferenças principais entre estas duas concepções de liberdade.
1) Princípios vs. Preferências
A maior diferença entre a marca da liberdade e a filosofia da liberdade é que a marca não tem princípios rigorosos como a filosofia. Para a marca, desde que concorde com algumas ideias básicas como liberdade de expressão e eleições livres e justas, o resto da política pode ser uma questão de preferência pessoal.
Para a filosofia, no entanto, liberdade significa defender consistentemente os princípios da liberdade em todos os domínios, independentemente da preferência pessoal. Na frente económica, isto significa eliminar as regulamentações governamentais e as barreiras comerciais para que as pessoas sejam livres de fazer negócios como entenderem. Na frente social, isto significa permitir que as pessoas tomem as suas próprias decisões sobre as escolhas de estilo de vida.
Mesmo as práticas e escolhas impopulares devem ser toleradas de acordo com a filosofia da liberdade. Afinal, prossegue o raciocínio, uma liberdade que se limita ao que os outros consideram aceitável não é, na verdade, liberdade alguma.
2) O que somos contra versus o que defendemos
Outra diferença é que a marca da liberdade tende a se definir por aquilo que é contra, enquanto a filosofia da liberdade tende a focar naquilo que defende.
Os defensores da marca da liberdade passam grande parte do seu tempo denunciando sistemas políticos repressivos como o comunismo e o totalitarismo. Em casos extremos, isto pode levar a movimentos como Red Scares e McCarthismo. Há muito foco em países autoritários como a Rússia, a China e a Coreia do Norte, e um forte desejo de “não ser como eles”.
A filosofia da liberdade não considera esta abordagem tão errada quanto incompleta. Sim, os países autoritários são maus, mas para os adeptos da filosofia da liberdade, não basta apenas condenar as ações autoritárias. Uma atenção igual, se não maior, deveria ser colocada na visão positiva de uma sociedade livre, uma visão de pluralismo, tolerância, mercados livres e liberdade de expressão.
Não basta apenas identificar aquilo de que queremos nos afastar. Também precisamos descrever para onde queremos avançar. O famoso discurso “Eu tenho um sonho” de Martin Luther King Jr. é um ótimo exemplo disso. Ele não expressou apenas frustração com os problemas que viu. Ele pintou um quadro de um futuro melhor.
3) Slogans vs. Substância
A marca da liberdade tende a viver em slogans e refrões populares. “Terra dos livres, lar dos corajosos.” “Não pise em mim.” “Tenho orgulho de ser americano, onde pelo menos sei que sou livre.” "Venha e leve."
Esses slogans são populares por um motivo. Eles expressam uma profunda paixão e apreço pela liberdade. E, novamente, não há nada de errado com isso. Mas os slogans não constituem uma filosofia.
A chave para a filosofia da liberdade não são tanto os slogans, mas a substância por trás deles. “Terra dos livres, lar dos corajosos” é um sentimento agradável, mas se não for acompanhado de uma compreensão robusta do que a liberdade realmente significa e por que é importante, as palavras podem ser um tanto vazias.
A filosofia da liberdade é muito mais do que um slogan. É uma questão de ética e responsabilidade pessoal. Trata-se de autoaperfeiçoamento e criação de valor para os outros. Trata-se de ver as pessoas como indivíduos únicos e de reconhecer os enormes benefícios dos mercados livres.
É isso que torna a filosofia da liberdade tão diferente da marca. Não se trata apenas de frases que soam bem. Trata-se de ideias práticas e bem fundamentadas.
4) Recriando o Passado versus Construindo o Futuro
Outra distinção entre a marca da liberdade e a filosofia da liberdade é que a marca tende a focar na recuperação do passado, enquanto a filosofia se concentra na construção de algo novo no futuro.
É certo que existem liberdades que os americanos costumavam desfrutar no passado e que já não existem, e é um objectivo válido recuperá-las. Mas se apenas ansiamos pelos bons e velhos tempos, estamos a adoptar a mentalidade da marca da liberdade.
A filosofia da liberdade tem uma visão mais ousada. Não se trata apenas de recuperar as liberdades que costumávamos ter. Trata-se de expandir essas liberdades mais longe do que jamais foram expandidas. Não se trata apenas de recuperar algo que perdemos. Trata-se de criar algo ainda melhor que nunca tivemos.
Praticando o que pregamos
A América está inundada de retórica sobre a liberdade. A marca da liberdade está em toda parte. Mas embora a marca esteja viva e bem, a liberdade real parece estar diminuindo a cada dia.
Se quisermos reverter o curso, defender a liberdade da boca para fora não será suficiente. Para realmente virarmos o barco, precisamos compreender os princípios de uma sociedade livre e começar a colocá-los em prática.
Alcançar a liberdade é possível, mas não virá de uma marca. Isso só acontecerá quando aprendermos a filosofia da liberdade e decidirmos vivê-la.
This article was adapted from an issue of the FEE Daily email newsletter. Click here to sign up and get free-market news and analysis like this in your inbox every weekday.
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Patrick Carroll is the Managing Editor at the Foundation for Economic Education.