A Grande Queda da China Comunista
A economia da China está se aproximando rapidamente de um beco sem saída
30.05.2025 por James Gorrie
Tradução: César Tonheiro
A economia da China está à beira do desastre. As forças macro estão desconstruindo seu desenvolvimento econômico mais rápido do que a maioria percebe ou mesmo entende.
Além disso, a queda econômica da China não pode mais ser escondida por estatísticas oficiais ou reivindicações do líder do Partido Comunista Chinês (PCC), Xi Jinping, ou corrigida da noite para o dia por um decreto do único líder da China.
O quadro econômico está longe de ser promissor.
PIB questionável
Por exemplo, as taxas de crescimento do PIB da China, que foram celebradas pelo PCC e economistas de todo o mundo como prova da viabilidade do modelo de capitalismo de Estado, são falsas há pelo menos uma década. Mesmo nos últimos anos, quando a Europa e os Estados Unidos têm lutado para atingir uma taxa de crescimento de 2%, Pequim rotineiramente relata um crescimento do PIB na faixa de 5%, como divulgado até o primeiro trimestre de 2025.
Como isso é possível?
Considere que o setor imobiliário da China, que representava até 30% de sua economia, continua em colapso. Os preços das casas continuaram a cair por mais de 22 meses consecutivos.
A Europa, o segundo maior parceiro comercial da China, se estabilizou. O comércio com os Estados Unidos, o maior mercado de exportação da China, diminuiu desde 2018, quando representava 21,6% do total das importações dos EUA, para 13,4% em 2024. No futuro, as tarifas provavelmente acelerarão esse declínio.
Em uma economia liderada pela exportação, se seus dois principais parceiros comerciais estão negativos ou neutros, de onde vem o crescimento?
Isso é o que os pesquisadores da Universidade de Chicago estão se perguntando. Eles especulam que o PIB real da China poderia ser até 60% menor do que os relatórios oficiais.
Inércia, economia corrupta e quatro forças macro
A verdade é que a taxa de crescimento e outras estatísticas oficiais que saem da China simplesmente não são confiáveis. Do desemprego e dos salários à população, a fachada oficial de Pequim de uma China próspera que com ênfase alardeou ao mundo por décadas, não está apenas descambando, está em pedaços. Claramente, em um sistema econômico baseado em lealdade política e recompensas em vez de forças de mercado, falsificar números é corriqueiro nas autocracias e é fundamental para a legitimidade política do PCC.
Mas, além da corrupção, roubo e estatísticas falsas, a China enfrenta quatro forças macro principais que estão levando sua economia ao chão: deflação, desvalorização, demanda deprimida e despovoamento. Nenhuma existe apenas por si só, mas se sobrepõem uma à outra, muitas vezes agravando o impacto de cada uma.
Espiral descendente da deflação
Por exemplo, como observado acima, o setor imobiliário em colapso é uma grande causa da queda dos preços, mas não é a única. Trabalhadores protestando por salários não pagos significam menos dinheiro no bolso do povo e menor consumo doméstico. Junte isso ao problema da superprodução da China, e a queda na demanda em relação à oferta se torna ainda maior.
À medida que essas condições econômicas persistem, o consumo doméstico encolhe ainda mais e o medo e o ceticismo do consumidor crescem. Mesmo os subsídios estatais para aumentar os gastos do consumidor não estão funcionando tão bem quanto o esperado.
Desvalorização, demanda deprimida e negação
Quando ocorre deflação, o valor relativo do dinheiro deve aumentar, porque preços mais baixos significam maior poder de compra. Mas a China está vendo o valor do yuan cair, em parte devido ao estímulo do Banco Popular da China. O estímulo foi bem-sucedido no passado em graus variados, mas até agora não foi suficiente.
Novamente, a superprodução das fábricas — e setor imobiliário — não está resolvendo como no passado. Ambos os setores produzem mais do que o mercado exige, reduzindo os preços e espremendo os lucros e salários das empresas.
As políticas de estímulo desvalorizam a moeda, o que torna as coisas menos acessíveis para os consumidores chineses, mesmo que os preços continuem caindo. Em suma, os preços estão caindo, os lucros corporativos estão desaparecendo e o valor da moeda nacional está diminuindo.
Ainda não se sabe por quanto tempo os consumidores chineses podem suportar essas condições e por quanto tempo os formuladores de políticas do PCC podem viver em negação.
A tendência de despovoamento é um grande negócio
A prática da inflação estatística é endêmica na China, e isso também vale para os números da população. As províncias e os governos locais relatam que populações mais altas ganham mais dinheiro para educação, pensões e outros benefícios do governo central.
Algumas estimativas colocam sua população em menos de 1,3 bilhão. Outras estimativas dizem que a população da China é consideravelmente menor, mas são difíceis de verificar.
Qualquer que seja a verdadeira população, o impacto do rápido e irreversível declínio populacional da China é impressionante.
Apesar da recente política pró-gravidez do PCC, a cultura chinesa evoluiu. O envelhecimento da população e o desinteresse das mulheres jovens em começar uma família negam a política "pró-família" de Pequim. Adicione a queda da renda, taxas de casamento mais baixas, menos mulheres em idade fértil e praticamente nenhuma imigração, e o problema do despovoamento da China pinta um quadro econômico sombrio para o futuro muito próximo.
Como o consumo das famílias pode aumentar quando o número real de consumidores está diminuindo?
Sem saída
A economia da China continuará a desacelerar, sobrecarregada pelo envelhecimento da população e pela diminuição da força de trabalho. Está em um tremendo dilema de salários em queda, alto desemprego, desvalorização da moeda e uma população que envelhece rapidamente, tornando o mercado chinês ainda mais vulnerável e menos viável no futuro.
Como o PCC aumentará a demanda e a renda do consumidor? A resposta é que não há essa possibilidade.
Investidores e empresas estrangeiras já estão fugindo da China em números recordes. Isso não está prestes a mudar à medida que as condições continuam a se deteriorar. Hoje PCC já controla mais da economia do que nunca, porém não tem respostas reais.
O colapso econômico da China é real, abrangente, irreversível e perigoso.
As opiniões expressas neste artigo são opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.
James R. Gorrie é o autor de "The China Crisis" (Wiley, 2013) e escreve em seu blog, TheBananaRepublican.com. Ele mora no sul da Califórnia.
https://www.theepochtimes.com/opinion/the-great-fall-of-communist-china-5864229
"Eles" para atingirem os seus objetivos não poupam nem os "seus". "Por enquanto" até que não estamos vendo ? num país de maior dimensão territorial na AL...a China atual tmb vira e mexe comete expurgos. Sabemos. Satanismo puro.
O Marx errou feio mesmo. Pois se tratando até somente sobre o Brasil, as regiões que têm mais simpatizantes à esquerda são o Norte e Nordeste. Quanto à questão da destruição, o Lenin tinha a visão de que a revolução aconteceria por meio de aplicação de violência, certo ? Isto não era a sua justificativa para construir um mundo melhor ? Na teoria do Marx pode não ter sido, mas o que os comunistas no geral fazem não acaba sendo um tipo de insinuação de que a destruição é um caminho obrigatório para se chegar ao "socialismo" com "democracia" retumbante, um futuro promissor...que nunca chega...?