A OTAN derrubará foguetes russos sobre a Ucrânia? Deputados alemães iniciam o debate
Um dos especialistas que sugere que a OTAN abata mísseis russos é um ex-general da OTAN
REMIX
DÉNES ALBERT - 13 MAI, 2024
Vários deputados alemães, tanto do partido no poder como da oposição, apoiaram a ideia de aliados defenderem o espaço aéreo ocidental da Ucrânia a partir do território da NATO, informou o Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ).
FAZ escreveu que alguns especialistas, como Nico Lange da Conferência de Segurança de Munique e o Tenente-General Heinrich Brauss, antigo secretário-geral adjunto da NATO, sugeriram abater mísseis russos sobre as regiões fronteiriças da Ucrânia a partir da Polónia e da Roménia. As autoridades polacas também mencionaram esta possibilidade, mas nenhuma decisão concreta foi apresentada.
“A defesa do espaço aéreo sobre a Ucrânia da Polónia e da Roménia não deve ser descartada a longo prazo”, disse Anton Hofreiter, do partido no poder, os Verdes. O franco eurodeputado acrescentou, no entanto, que a questão “não está em cima da mesa” neste momento, uma vez que os aliados estão concentrados em fornecer ajuda adicional de defesa a Kiev.
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Agnieszka Brugger, colega do Partido Verde de Hofreiter, também disse que seria certo “implantar sistemas de defesa aérea nas fronteiras dos países vizinhos para que as partes ocidentais da Ucrânia também possam ser protegidas”.
Roderich Kiesewetter, da oposição União Democrata Cristã (CDU), comentou que os países ocidentais poderiam abater aviões não tripulados russos lançados em direção à Ucrânia.
“Isto aliviaria o fardo das defesas aéreas ucranianas e permitir-lhes-ia proteger a frente”, disse Kiesewetter, comparando isto a quando os EUA e outros países ocidentais protegeram o espaço aéreo de Israel sem se tornarem parte no conflito.
Marcus Faber, da coligação governamental Partido Democrático Livre (FDP), também concordou que, em princípio, “o espaço aéreo sobre as regiões fronteiriças da Ucrânia” poderia ser “protegido por defesas aéreas do território da NATO”. No entanto, Faber observou que as defesas aéreas e antimísseis já são deficientes e o fornecimento de munições a longo prazo deve ser garantido.
“Nestas condições, acho que é possível”, acrescentou Faber.