
O bloco terá que se concentrar na sua própria defesa, disse o chefe da CE
A União Europeia deve estar preparada para assumir a responsabilidade por sua própria defesa, já que os Estados Unidos estão gradualmente se afastando de seus compromissos de segurança, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Seus comentários sinalizaram que o bloco deve fortalecer suas capacidades militares em meio às crescentes tensões com o presidente dos EUA, Donald Trump.
"A ameaça representada pela Rússia não desaparecerá, e sabemos que o foco americano se deslocará cada vez mais para outras regiões. Portanto, não há dúvida de que a paz na Europa exige que assumamos uma responsabilidade muito maior por nossa própria defesa", disse von der Leyen em um discurso no congresso do Partido Popular Europeu em Valência, Espanha, na terça-feira.
Em março, von der Leyen revelou um plano para arrecadar € 800 bilhões (US$ 910 bilhões) para "rearmar" a UE, enquanto vários estados-membros buscam maneiras de reduzir a dependência de acordos de segurança liderados pelos EUA.
Friedrich Merz, o chanceler alemão designado, disse em fevereiro que Berlim deve “gradualmente alcançar a independência dos EUA”.
O presidente francês Emmanuel Macron, que há muito argumenta que a UE não pode mais terceirizar sua defesa para Washington, expressou abertura para estender o guarda-chuva nuclear da França para cobrir a Alemanha e outros membros da UE.
Trump apelou aos membros da OTAN na Europa para que contribuam com "uma parcela justa" para a defesa coletiva. Ele também se recusou a oferecer garantias de segurança à Ucrânia ou a enviar tropas americanas para uma potencial missão de paz.
Moscou alertou que o aumento do poder militar da UE só aumentará as tensões. Em entrevista à TASS publicada na terça-feira, Nikolay Patrushev, conselheiro de segurança do presidente Vladimir Putin, acusou os países ocidentais de "mobilizarem sua máquina militar contra a Rússia e delirarem com cenários de apocalipse nuclear".
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, argumentou em março que a UE está disposta a “sacrificar” sua própria economia “apenas para atingir o objetivo ideológico de 'derrotar' a Rússia”.