Acadêmico libanês Charles Chartouni: Israel não é um agressor, foi atacado pelo Hezbollah; devemos assinar um acordo de paz com Israel
O Hezbollah deve se render; não há vergonha nisso – pouparia mais vítimas
Despacho Especial nº 11688 - 21 NOV, 2024
Em uma entrevista de 15 de novembro de 2024 no Transparency News YouTube, o acadêmico libanês Charles Chartouni pediu que o Líbano assinasse um acordo de paz com Israel. Ele pediu que o Hezbollah se rendesse para evitar mais baixas, afirmando que o conflito em andamento não é uma "agressão israelense", mas uma guerra entre o Hezbollah e o estado israelense. Chartouni enfatizou que é do melhor interesse do Líbano que o Hezbollah seja destruído.
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Israel não é absolutamente um agressor – foi atacado; quando este conflito terminar, o Hezbollah será destruído; não há como o Líbano sobreviver enquanto o Hezbollah existir
Charles Chartouni: "Não estou falando de uma agressão [israelense], mas sim de uma guerra entre o Hezbollah e o estado israelense. Esta não é uma agressão contra o Líbano..."
Entrevistador: "Primeiro de tudo, ainda é uma 'entidade'. Por que você diz 'Estado israelense' e o reconhece como um estado?"
Chartouni: "No que me diz respeito, é um estado, porque faz parte das Nações Unidas. Ele existe e tem sua própria constituição. Ele tem as características de um estado. Algumas pessoas usam uma descrição ideológica, mas isso é outra coisa. Objetivamente falando, esse estado existe e faz parte das Nações Unidas.
[...]
"Quando esse conflito acabar, o Hezbollah será destruído. Acho que o estado libanês tem um grande interesse na destruição do Hezbollah, porque não há como o Líbano sobreviver ou ser ressuscitado enquanto o Hezbollah existir.
[...]
"Não existe uma 'máquina criminosa israelense'. Israel está travando uma guerra, e quando você trava uma guerra..."
Entrevistador: "Israel não é um agressor, na sua opinião?"
Chartouni: "Absolutamente não. Israel foi atacado. Israel foi atacado. Simples assim."
O Hezbollah se escondeu atrás de civis no sul do Líbano, colocando em risco sua segurança – Este é o verdadeiro crime
Entrevistador: "Israel foi atacado? Sério?"
Chartouni: "Vou explicar isso a você. Quando por muitos anos você faz discursos visando a segurança nacional de Israel e a segurança das cidades israelenses na fronteira com o Líbano – o que você espera que aconteça? A segunda coisa é que quando o Hezbollah, que pretende proteger seu próprio povo, arma uma armadilha no sul do Líbano em sua totalidade, e transforma cada área em depósitos de armas e túneis para operações militares, e torna impossível distinguir entre unidades residenciais e bases militares, e age de acordo com o princípio de... Whatchamacallit... A estratégia de..."
Entrevistador: "Estratégia defensiva?"
Chartouni: "Não... A estratégia de escudos humanos. Usar a estratégia de escudos humanos significa que você se protege atrás de civis para executar uma certa política militar. O Hezbollah se protegeu atrás de civis e se permitiu colocar em risco a segurança dos civis, e esse é o verdadeiro crime.
[...]
Deveríamos sentar-nos com os israelitas e assinar um acordo de paz; os slogans sobre os desígnios territoriais de Israel não são verdadeiros – Israel só tem objetivos geoestratégicos no Líbano porque o Líbano permitiu a intervenção estrangeira no seu solo
"Naim Qassem é um garotinho. Quem é Naim Qassem? Ele é um garotinho. Naim Qassem é uma fraude."
Entrevistador: "Você não pode falar assim. Ele é o Secretário-Geral do Hezbollah. Há um grande setor que..."
Chartouni: "Ele é uma fraude. Ele é um indivíduo irresponsável. Você ouve as declarações dele... Cara, para onde você está indo? Para onde você está indo com essa operação suicida? O que você está incitando as pessoas a fazer? Apenas morrer mais e mais?"
Entrevistador: "O que você espera que ele faça? Que diga: 'Nós nos rendemos?'"
Chartouni: "Absolutamente sim. O que há de errado em se render? Há vergonha em se render?"
Entrevistador: "Depois de todas as vítimas que sacrificamos...?"
Chartouni: "Então vamos sacrificar mais vítimas... Há 1.500 vítimas. Vamos fazer 5.000. Vamos fazer 10.000.
[...]
"Deveríamos passar para uma nova fase. Definitivamente podemos fazer isso."
Entrevistador: "Como?"
Chartouni: "Assine um acordo de paz com Israel e acabe logo com isso."
Entrevistador: "Ahhh... É aqui que você quer ir?"
Chartouni: "Claro."
Entrevistador: "Antes da libertação das terras..."
Chartouni: "Nenhuma libertação é necessária quando há um acordo de paz."
Entrevistador: "Antes que as Fazendas de Sheba..."
Chartouni: "Fazendas Sheba? Haverá um acordo de paz."
Entrevistador: "Então você diz que deveríamos desistir de tudo."
Chartouni: "Não vou abrir mão de nada. Devemos sentar com os israelenses, colocar todos os problemas pendentes na mesa de negociações e chegar a um acordo."
Entrevistador: "Você acha que Israel, com seus desígnios territoriais, nos dará o que exigimos...?"
Chartouni: "Esses slogans não são verdadeiros. Israel não tinha projetos territoriais originalmente. Israel agora tem objetivos geoestratégicos no Líbano, depois que o Líbano permitiu intervenção estrangeira em seu solo, e isso o expôs a violações militares por parte de Israel."