AS DUAS FACES DA RÚSSIA: Moscou entre o diálogo com os EUA e os objetivos maximalistas na Ucrânia
Paul Serran - 21 MAIO, 2025

Temos relatado duas mentalidades diferentes na sociedade russa ultimamente: por um lado, há um engajamento real do governo Vladimir Putin para reconstruir laços diplomáticos e comerciais com o governo americano de Donald J. Trump — isso é personalizado pelo enviado especial Kirill Dmitriev.
Mas, por outro lado, há uma profunda desconfiança em relação à Ucrânia – ou melhor, ao regime de Kiev – e uma sensação de que objetivos maximalistas na guerra são o caminho mais seguro. Essa corrente de pensamento pode ser melhor representada pelo ex-presidente russo Dmitry Medvedev.
Kirill Dmitriev é o CEO do Fundo Russo de Investimento Direto e Enviado Especial do Presidente Putin para investimentos e cooperação econômica. Ele também é o maior incentivador do processo de paz e da retomada diplomática entre os EUA e a Rússia.
Fontes russas relatam sua defesa do processo de paz contra o belicismo europeu:
O diálogo entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente americano, Donald Trump, é crucial para que os EUA compreendam as causas, a essência e as possíveis soluções para o conflito na Ucrânia. O fato de esse diálogo contribuir para a postura equilibrada e construtiva do governo Trump está causando histeria entre políticos europeus e na mídia europeia e britânica. Políticos e a mídia ocidentais estão envidando esforços titânicos para inviabilizar o diálogo construtivo entre Rússia e EUA. Continuaremos trabalhando em projetos potencialmente mutuamente benéficos com os EUA nas esferas econômica e de investimento.
Dmitriev também relata a mudança na percepção pública em relação ao processo de paz: lembra como a porcentagem de cidadãos americanos que veem a Rússia como inimiga caiu de 70% em 2022 para 50% em 2025, uma redução de 20 pontos percentuais em relação ao mandato de Biden?
Parece que na Rússia as coisas estão indo ainda melhor.
Mas quando se trata da Ucrânia, a história é completamente diferente.
Os russos acreditam que Kiev quebrou todos os acordos de paz desde 2014, quando as guerras de Donbass começaram.
Eles acreditam que o país foi armado pela OTAN contra Moscou e que Volodymyr Zelensky é ilegítimo, já que seu mandato terminou há um ano e ele governa por lei marcial.
Para alguns, os objetivos maximalistas na Ucrânia são o caminho mais seguro — e eles têm suas vozes amplificadas por pessoas como o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Medvedev.
Slavyangrad relatou como Medvedev disse que muitos na Rússia preferem o caminho da rendição incondicional da Ucrânia:
“Estamos prontos para negociações sem pré-condições, mas levando em conta as realidades locais e as propostas formuladas. E tais negociações podem ajudar a encontrar a paz. Mas devemos lembrar que existe outro caminho para o regime de Kiev, que também tem sido repetidamente afirmado. Este é o caminho da rendição incondicional. Essa fórmula para a paz também existe no direito internacional. Para ser honesto, muitos em nosso país gostam muito mais dela”, disse ele.
Pode-se acrescentar a isso o fato de que é geralmente esperado nos canais russos que Putin lance uma grande ofensiva no verão.
É muito provável que uma nova ofensiva esteja chegando: a nomeação de Mordvichev para o comando de toda a frente significa muito provavelmente que o Alto Comando está planejando uma grande ofensiva neste verão. Embora a nomeação de Mordvichev por si só não dê necessariamente credibilidade a tal ideia (seu antecessor tinha 70 anos, e pela lei russa essa é a idade de aposentadoria nas forças armadas), há o fato inegável de que o efetivo russo na zona de SMO aumentou para 680.000 soldados, se não mais. [Alguns] desses soldados estão atualmente alocados fora das rotações. Há uma grande chance de que estejam sendo mantidos na reserva por algum bom motivo.
Paul Serran é um escritor e músico brasileiro, colaborador do The Gateway Pundit desde 2023. Siga-o no X | Truth Social
Mas esta suposta "simpatia" à Russia que vem sendo extraída pelas pesquisas não seriam consequências e aproveitamento de desinformações jogadas pela ala dos apoiadores construidos mundialmente pelo Dugin ? (Eu li a troca de mensagens entre ele e o Olavo. ) Alguns dizem que o Bannon é um desinformante. Será ? Como fica o Eduardo Bolsonaro ????