As negociações com a Rússia confirmam que o acordo de paz poderia ter sido alcançado na primavera de 2022 se a Ucrânia concordasse com a neutralidade
Chefe de uma facção do partido de Zelensky no parlamento ucraniano e chefe da delegação ucraniana nas negociações Ucrânia-Rússia confirma que o acordo de paz poderia ter sido alcançado em 2022
by Ivan Katchanovski on Thread Reader November 25, 2023
Agora, chefe da facção do partido Zelensky no parlamento ucraniano e chefe da delegação ucraniana nas conversações Ucrânia-Rússia confirma que o acordo de paz poderia ter sido alcançado na primavera de 2022 se a Ucrânia concordasse com a neutralidade.
Ele disse que a Rússia estava pronta para acabar com a guerra nesse caso e que a neutralidade ucraniana era a principal condição russa. Ele também confirmou que os países ocidentais disseram a Zelenskyi para não assinar um acordo de paz. Ele disse que a Rússia estava pronta para acabar com a guerra nesse caso e que a neutralidade ucraniana era a principal condição russa. Ele também confirmou que os países ocidentais sabiam tudo sobre as negociações de paz e disse a Zelensky para não assinar o acordo de paz e que o primeiro-ministro britânico (Boris) Johnson, durante a sua visita, disse-lhes para continuarem a lutar.
Para entrevista original em ucraniano: para transmissões X, conecte-se ao link do artigo original no final deste post.
Quando questionado sobre a razão pela qual a Ucrânia não concordou, respondeu que para isso, em primeiro lugar, era necessário mudar a Constituição e, em segundo lugar, não há confiança nos russos de que o farão. Ele também disse que Boris Johnson veio a Kiev naquela época e disse que não queria assinar nada com os russos e “vamos apenas lutar”.
Deve-se notar que a mídia informou repetidamente que as autoridades ucranianas se recusaram a assinar o acordo na primavera de 2022, após negociações com Johnson. E agora, como vemos, Arakhamia confirmou isso.
Recordemos que, de acordo com relatos da mídia, Putin, na primavera de 2022, estava pronto para retirar as tropas para a linha em 24 de fevereiro em troca do status neutro da Ucrânia. E o ex-chanceler alemão Schröder, que participou nas negociações, afirmou que Putin até concordou em devolver o Donbass à Ucrânia com um estatuto especial.
Ao mesmo tempo, a Ucrânia rapidamente retirou-se das negociações. E Zelensky anunciou um rumo oficial para a guerra antes de chegar às fronteiras de 1991.
Tradução da entrevista de Davyd Arakhamiia, chefe da facção Zelensky no parlamento ucraniano e chefe da delegação ucraniana nas negociações de paz com a Rússia: “Eles realmente esperavam, quase até o último momento, que nos forçassem a assinar tal acordo para que tomássemos a neutralidade. Foi o mais importante para eles. Eles estavam preparados para acabar com a guerra se concordássemos com a neutralidade – como a Finlândia fez uma vez – e comprometemos que não aderiríamos à NATO.
Na verdade, este foi o ponto chave. Todo o resto foi simplesmente retórica e “tempero” político sobre a desnazificação, a população de língua russa e blá-blá-blá…
Além disso, quando regressámos de Istambul, Boris Johnson veio a Kyiv e disse que não assinaríamos nada com eles e que vamos apenas lutar.”
Arakhamiia acrescentou que os parceiros ocidentais sabiam das negociações e viram rascunhos de documentos, mas não tentaram tomar uma decisão pela Ucrânia, mas sim aconselharam.
“Na verdade, eles nos aconselharam a não entrar em garantias de segurança efêmeras [com os russos – ed.], que não poderiam ter sido dadas naquele momento”, disse Arakhamiia, que chefiou a delegação de negociação.”
https://www.israpundit.org/head-of-zelensky-party-faction-in-ukrainian-parliament-head-of-ukrainian-delegation-in-ukraine-russia-talks-confirms-that-peace-deal- poderia ter sido alcançado na primavera de 2022 se a Ucrânia concordasse em ser neutro/
MEU COMENTÁRIO:
Isto é o que venho dizendo há meses em meus artigos (em Português): a responsabilida por esta guerra insana é do Ocidente, da OTAN, que financiada pelo Complexo Militar-Industrial, precisava de uma guerra para voltar a produzir armas depois de quatro anos de paz da Administração Trump. Esta é também a explicação para a vergonhosa retirada do Afeganistão comandada pelo corrupto Biden deixando milhões em armas para os Talibans pois era preciso repor os estoques de armamentos para os lucros da indústria armamentista.
Pelo que revela David Arakhamiia a missão ucraniana nas tratativas de paz estava disposta a fazer a paz, mas foi definitivamante desestimulada pelo Ocidente através do canalha Boris Johnson.
E o que vemos hoje é o resultado do descaso com o povo ucraniano que serve de bucha de canhão - os que não conseguem fugir - e estão sendo paulatinamente deixados à própria sorte numa guerra já dada como perdida. Mas quem se importa com o povo ucraniano?
É com razão que os ucranianos são altamente desconfiados com a Rússia após o genocídio relembrado ontem (quarto sábado de novembro), o Holodomor, a morte pela fome e desespero de aproximadamente sete milhões de ucranianos, mas o ocidente soube explorar muito bem esta desconfiança e alimentá-la ainda mais.
Putin estava preparado na primavera de 2022 para encerrar a guerra e, segundo o Chanceler alemão Gerhard Schröder, aceitaria a devolução do Dombass (Donetsk e Bahkmut) para a Ucrânia.
A OTAN, que deveria ter sido dissolvida junto a dissolução do Pacto de Varsóvia, sempre mentiu para Gorbachëv e Yeltsin ao garantir que não se expandiria para a fronteira com a Rússia enquanto, usando o que aprenderam com Lenin - "acuse-os do que você está fazendo" - criava o mito da expansão russa em grande parte baseado nas ideias delirantes de Aliesandr Dugin, que têm mais repercussão na Iberoamérica em grupos tão delirantes quanto, do que na própria Rússia. Tais teorias nem sequer são originais porque em termos geopolíticos são repetições de Halford Mckinder (The Geographical Pivot of History) somadas a mentiras e mais mentiras supostamente sobre a grandeza "espiritual" de Ródina (Родина), a pátria-mãe russa que seria a verdadeira guardiã dos valores religiosos ocidentais que estão sendo destruídos no Ocidente. Embora isto seja verdade, Putin usa os delírios de Dugin para conquistar os corações e mentes dos jovens ocidentais que acreditam ser conservadores e não têm esperança e vêem na Ródina algo que preenche o seu vazio.