BRICS Estabelece Uma Nova Ordem Internacional
A 15ª Cimeira dos BRICS, realizada em Joanesburgo, na África do Sul, tomou uma série de decisões que lançaram as bases para uma nova ordem internacional, uma alternativa àquela imposta pelo Ocidente.
GLOBAL RESEARCH
Manlio Dinucci - 29 AGOSTO, 2023
A associação BRICS - formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - se expande para incluir mais 6 países, que se tornarão membros plenos a partir de 1º de janeiro de 2024: a República Argentina, a República Árabe do Egito, a República Democrática Federal República da Etiópia, a República Islâmica do Irão, o Reino da Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.
Actualmente, 44 países querem aderir aos BRICS: 22 já se candidataram oficialmente e outros 22 manifestaram a sua intenção de o fazer. Por conseguinte, a Cimeira instruiu os ministros dos Negócios Estrangeiros a prepararem uma lista de países parceiros como base para um maior alargamento.
Os cinco actuais membros representam em conjunto mais de 42 por cento da população mundial, 30 por cento do território mundial, 23 por cento do PIB e 18 por cento do comércio global.
Os candidatos que poderiam juntar-se aos 6 já admitidos como membros plenos incluem: Afeganistão, Indonésia, Tailândia, Argélia, Nigéria, Senegal e Nicarágua.
Um BRICS expandido para incluir estes 13 países teria mais de 4 mil milhões de pessoas, ou mais de metade da população mundial, possuiria 45 por cento das reservas mundiais de petróleo e mais de 60 por cento das reservas mundiais de gás. O seu PIB total ascenderia a cerca de 30 biliões de dólares, mais do que o PIB dos Estados Unidos e o dobro do da União Europeia.
A realização de uma nova ordem internacional, alternativa àquela imposta pelo Ocidente, é, portanto, possível: na verdade, o valor fundador dos BRICS é o compromisso partilhado de reestruturar a arquitectura política, económica e financeira global para que seja justa, equilibrada e representante. Neste quadro, os BRICS lançaram um plano de desdolarização do comércio, que já está a reduzir a hegemonia do dólar, e criaram o Novo Banco de Desenvolvimento, uma alternativa ao Banco Mundial. Esperam-se novos passos nessa direção a partir da 16ª Cúpula do BRICS, a ser realizada em 2024 na Rússia.
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Manlio Dinucci, autor premiado, analista geopolítico e geógrafo, Pisa, Itália. Ele é pesquisador associado do Centro de Pesquisa sobre Globalização (CRG).
- TRADUÇÃO: GOOGLE
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