Despacho do MEF: A Cruz Vermelha falha no teste, reações contínuas aos planos de Trump e o ISIS preenche um vazio
Por Winfield Myers
25 de fevereiro de 2025
Nesta edição, lamentamos as falhas indesculpáveis da Cruz Vermelha em cumprir sua missão, melhor exemplificadas por sua recusa em visitar reféns israelenses mantidos pelo Hamas. Examinamos o plano do presidente Trump de reconstruir Gaza à luz da ameaça sempre presente de ataques hostis de propaganda do Catar contra estados árabes cooperativos. Mantendo as surpresas políticas da nova administração, perguntamos se um futuro presidente usará o exemplo de Trump na Ucrânia para trair Israel. O ISIS, enquanto isso, está preenchendo o vácuo de poder na Síria e pode espalhar o caos muito além de suas fronteiras se não for controlado — uma situação alarmante que merece atenção imediata. Finalmente, ouvimos de um ex-prisioneiro sírio que escapou da tortura e da brutalidade quando Damasco caiu para Hayat Tahrir al Sham.
Notícias: O diretor executivo do MEF, Gregg Roman, destacará as falhas no programa de ajuda externa da USAID em seu próximo depoimento ao Congresso
WASHINGTON, DC – Em 26 de fevereiro de 2025, Gregg Roman, diretor executivo do Middle East Forum (MEF), testemunhará perante o Congresso sobre como mais de US$ 122 milhões em subsídios aprovados pela USAID acabaram apoiando organizações radicais e afiliadas ao terror, incluindo entidades ligadas ao Hamas, Hezbollah e Al-Qaeda. Convidado pela congressista Marjorie Taylor Greene, presidente do subcomitê DOGE, Roman pedirá uma pausa imediata em novas obrigações de ajuda externa, permitindo que o governo Trump audite o sistema e impeça que mais financiamento chegue a grupos extremistas.
O depoimento de Roman exporá casos específicos de ajuda dos EUA sendo canalizada para organizações que ameaçam a segurança americana e a estabilidade global, citando pesquisa liderada por Samuel Westrop, diretor do Islamist Watch do MEF. Ele proporá reformas urgentes, incluindo verificação mais rigorosa, rastreamento em tempo real e responsabilização criminal dos responsáveis. “Cada dólar mal direcionado desestabiliza zonas de conflito e coloca vidas americanas em risco”, Roman alertará, enfatizando que a ajuda estrangeira deve servir ao seu propósito pretendido — ajudar os necessitados, não alimentar a violência.
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ICYMI: “A mudança demográfica do Oriente Médio” com Nicholas Eberstadt
O declínio demográfico chegou ao Oriente Médio. Esse processo está desafiando suposições antigas sobre a resiliência da região às tendências globais de fertilidade. O Oriente Médio já foi considerado imune ou menos suscetível ao declínio demográfico devido a normas culturais e religiosas. Agora, países como Irã e Tunísia estão enfrentando taxas de natalidade abaixo da reposição. À medida que as populações encolhem e envelhecem, consequências econômicas e geopolíticas se aproximam. Mas por que esse processo começou? É apenas uma fase ou uma transformação permanente? Como as sociedades se adaptarão? E quais são as implicações para a estabilidade futura da região?
Nicholas Eberstadt ocupa a Cátedra Henry Wendt em Economia Política no American Enterprise Institute (AEI). Ele é autor de inúmeras obras, incluindo Men Without Work: Post-Pandemic Edition (2022) e Lessons for an Unserious Superpower (2024). O Dr. Eberstadt possui Ph.D., MPA e AB pela Harvard University e um MSc pela London School of Economics.
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O fracasso do Comité Internacional da Cruz Vermelha em Gaza encoraja ditadores e abusadores em série
A libertação de seis reféns israelenses e dos corpos de quatro israelenses assassinados pelo Hamas expõe as graves falhas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) no cessar-fogo mediado pelos EUA.
Por que isso é importante: O flagrante desrespeito do CICV ao seu mandato humanitário sob as Convenções de Genebra de 1949 tem repercussões globais.
Ao deixar de visitar ou ajudar os reféns, o CICV encoraja outros regimes a explorar os reféns sem medo de reação internacional.
Impulsionando as notícias: No Azerbaijão, prisioneiros armênios enfrentam destinos semelhantes aos de reféns, com tortura e abuso generalizados sob a vigilância de um CICV cúmplice.
As prisões da Turquia, notórias por condições desumanas, negam acesso a presos políticos de alto perfil. No entanto, não sofrem consequências diplomáticas.
O que está em jogo: se o CICV continuar a vacilar, os regimes autoritários o verão como uma entidade impotente, abrindo caminho para violações mais flagrantes dos direitos humanos.
Fome e tortura podem se tornar a norma, já que esses regimes exploram a fraqueza do CICV em seu benefício.
Ao priorizar a política acima dos princípios e falhar em sua missão, o CICV pode semear as sementes de sua própria ruína.
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Conferência de Políticas do Fórum do Oriente Médio 2025 – palestrantes adicionais anunciados, ingressos com desconto!
Junte-se a nós na Conferência de Políticas do Fórum do Oriente Médio de 2025, que acontecerá de 19 a 21 de maio em Washington, DC. O Statecraft Reimagined reunirá os principais especialistas, diplomatas e formuladores de políticas para discutir as questões mais urgentes e complexas que moldam o futuro do Oriente Médio.
Este evento extraordinário está prestes a ser o principal encontro de políticas do Oriente Médio em DC este ano, oferecendo insights, networking e orientação estratégica inigualáveis.
Também temos o prazer de anunciar que, graças a uma generosa contribuição de um doador anônimo, podemos oferecer alguns ingressos de admissão geral selecionados com desconto de US$ 550. Esses ingressos estão disponíveis por ordem de chegada. Não deixe de adquirir o seu agora.
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O plano de Trump contra o poder do Catar
Gaza, controlada pelo Hamas e funcionando tanto como escudo humano quanto como ferramenta de propaganda, se encontra ainda mais devastada após o massacre do Hamas em 7 de outubro. Em meio aos escombros, o presidente dos EUA, Donald Trump, propõe um plano radical para Gaza.
Por que isso é importante: A visão de Trump de transformar Gaza em uma "Riviera do Oriente Médio" pode abalar a estagnação regional.
Pode até mesmo levar os estados árabes a apresentar uma solução realista ou a ceder o controle a um esforço liderado pelos EUA para reconstrução e modernização.
No entanto, as redes de propaganda do Catar — especialmente a Al Jazeera — ameaçam minar esse esforço, retratando a cooperação com os EUA como uma traição à causa palestina.
Visão geral: o Catar mantém um papel duplo no Oriente Médio, apoiando grupos islâmicos e dando abrigo a jihadistas extremistas, ao mesmo tempo em que hospeda uma base militar dos EUA.
A Al Jazeera usa o atoleiro palestino como um instrumento para atacar outros regimes árabes, retratando-os como cúmplices da autodefesa de Israel ou indiferentes ao sofrimento palestino.
O que está em jogo: Sem abordar a influência do Catar, falar de mudanças radicais em Gaza só alimentará o ciclo vicioso da região, no qual o Catar faz propaganda contra quaisquer novas propostas para lidar com os palestinos.
Responsabilizar o Catar é essencial para um progresso significativo na reconstrução de Gaza.
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Um futuro presidente poderia usar a reviravolta de Trump em relação à Ucrânia para trair Israel?
A mudança abrupta de atitude do presidente Donald Trump em relação à Ucrânia, rotulando o presidente Zelensky de ditador, marca uma mudança geopolítica impressionante.
Por que é importante: Essa mudança interrompe o amplo apoio bipartidário à Ucrânia e estabelece um precedente que pode ter implicações duradouras para a política externa dos EUA.
O perigo não é apenas o que isso pode significar para a Ucrânia, mas o Rubicão atravessado na política externa dos EUA.
O panorama geral: Há paralelos com o apoio dos EUA a Israel. Embora a parceria EUA-Israel seja bipartidária e de décadas, há uma franja progressista cada vez mais vocal no Congresso que despreza a parceria.
Poderia um futuro presidente democrata repetir o precedente, puxando o tapete debaixo de Israel e seus líderes democráticos, reformulando-os como agressores, ditadores e “fascistas”?
O que vem a seguir: Todos os aliados dos EUA devem tomar cuidado, mas especialmente aqueles como Israel, que se tornaram alvos políticos em Washington.
A realidade é que a suposta dissuasão nuclear de Israel pode nunca ser tão importante quanto é agora.
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O ISIS está preenchendo o vácuo na Síria
O ISIS está se reorganizando e aumentando consideravelmente suas atividades na Síria pós-Assad, onde vastas áreas do deserto de Badiya, no centro da Síria, não são controladas nem pelo novo regime de Hayat Tahrir al Sham (HTS) nem por qualquer outra facção.
Por que isso é importante: O ISIS é mais ativo nessa área, onde o vácuo de segurança oferece um ambiente ideal para sua expansão.
O principal obstáculo à expansão do ISIS para o norte é a área controlada pelos curdos no nordeste da Síria, que está voltada para o Ocidente e alinhada com os EUA para derrotar o autodeclarado "Califado" do ISIS de 2014 a 2019.
O panorama geral: Mas a derrota do ISIS não significou seu fim. Desde que o regime de Assad caiu em dezembro de 2024, os ataques do ISIS triplicaram.
As Forças Democráticas Sírias (SDF) lideradas pelos curdos guardam o campo de refugiados de al-Hol, lar de 37.000 familiares de combatentes do ISIS. Embora o HTS às vezes tenha desafiado o ISIS e grupos associados, ele também emerge das mesmas raízes ideológicas e organizacionais
O que vem a seguir: Com a possível retirada de 2.000 soldados americanos da região controlada pelas SDF, as SDF podem ser forçadas a negociar sua própria extinção com as autoridades em Damasco.
Os prisioneiros do ISIS podem então ser guardados por seus compatriotas ideológicos próximos no HTS, que foi até 2016 a franquia oficial da Al-Qaeda na Síria. As implicações perturbadoras disso são claras.
Seria um erro do Ocidente supor que, se for permitido que o ISIS continue sem controle, ele permanecerá confinado dentro das fronteiras da Síria.
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Seis anos nas prisões de Assad: entrevista
Um sobrevivente das notórias prisões do deposto ditador sírio Bashar al-Assad compartilha sua assustadora história de tortura e sobrevivência, destacando a desumanidade do antigo regime sírio.
Por que isso importa: Os presos sob o governo de Assad muitas vezes enfrentavam tortura e execução, um lembrete gritante da brutalidade sofrida por inúmeros sírios.
A natureza arbitrária das prisões destaca o abuso sistemático de poder que assolou a Síria.
O entrevistado e outros receberam “uma azeitona ou duas azeitonas, às vezes até cinco azeitonas no café da manhã, e um ovo para quatro pessoas, é claro, com um pãozinho. No almoço, meia batata cozida ou uma xícara de arroz ou trigo partido com um pãozinho, e o mesmo no jantar.”
A fuga: Quando os prisioneiros ao redor do entrevistado souberam da queda de Damasco, eles arrombaram as portas da prisão e escaparam.
Ninguém veio ajudá-los, mesmo depois de esperarem uma semana após a fuga. Damasco estava caótica.
O que está em jogo: O entrevistado acredita que construir relações com Israel pode redefinir o cenário geopolítico da Síria e oferecer um caminho para a estabilidade.
O entrevistado espera que o povo sírio viva em paz agora porque está cansado dos males da guerra e deseja estabilidade.
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Leitura adicional:
“ O último prego no caixão do Líbano será seu novo governador do Banco Central”
Por: Michael Rubin
A eleição do chefe das forças armadas libanesas, Joseph Aoun, para presidente do Líbano coloca um oponente do Hezbollah no comando do Líbano."A tolerância religiosa do Marrocos pode ser a resposta para a crise dos uigures chineses?"
Por: Amine Ayoub
À medida que a repressão da China aos muçulmanos uigures continua, o compromisso do Marrocos com a tolerância religiosa e os direitos humanos oferece um refúgio em potencial — e um forte contraste com a inação global.“Ação judicial dos EUA contra banco turco por apoio ao Hamas é retomada, o que representa problemas para Erdoğan”
Por: Abdullah Bozkurt
Tribunal federal retoma processo contra o Halkbank, alegando transações financeiras ilícitas com o Hamas, o que pode prejudicar as relações entre EUA e Turquia.
O Oriente Médio nunca descansa, então outra edição do MEF Dispatch estará disponível em breve. Agradecemos por contar conosco para ajudar você a entender os últimos desenvolvimentos nesta região complexa e em constante mudança, bem como as influências — boas e ruins — que ela exerce sobre o nosso mundo. Fique ligado.
Atenciosamente,
Winfield Myers
Editor-chefe,
Diretor do Fórum do Oriente Médio, Campus Watch