Documentos do Hamas: 7 de outubro visa bloquear a paz entre Israel e Arábia Saudita
UNITED WITH ISRAEL - Equipe JNS - 18 MAIO, 2025
Se Riad assinasse, alertou Yahya Sinwar, “a maioria dos governos árabes e muçulmanos se alinhariam a ele”, deixando o Hamas de lado.
Uma das motivações do Hamas para lançar sua invasão a Israel em 7 de outubro de 2023 foi frustrar as negociações mediadas pelos EUA para normalizar as relações entre Israel e a Arábia Saudita, de acordo com documentos publicados no domingo pelo The Wall Street Journal.
De acordo com a ata de uma reunião recuperada por tropas israelenses em um túnel de comando secreto do Hamas em Gaza, o líder terrorista Yahya Sinwar havia dito a comandantes seniores em 2 de outubro que somente um "ato extraordinário" poderia arruinar o acordo, que avançava rapidamente. Se Riad assinasse, alertou ele, "a maioria dos governos árabes e muçulmanos se alinharia", marginalizando o Hamas.
As atas dizem que o ataque, no qual cerca de 6.000 terroristas de Gaza liderados pelo Hamas invadiram a fronteira israelense, assassinaram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram outras 251, estava em preparação há dois anos como parte de uma campanha mais ampla para "mudar o equilíbrio estratégico" e atrair outros membros do chamado Eixo da Resistência para a luta.
Um memorando complementar — também encontrado no túnel — aconselhava a aceleração dos ataques na Judeia, Samaria e Jerusalém com o mesmo propósito e descartava qualquer promessa saudita de defender os interesses palestinos, considerando-a um blefe. O Hamas chegou a divulgar um edital de "procura-se" um agente com formação universitária para coordenar o trabalho antinormalização, revelou o esconderijo.
A perspectiva de negociações entre a Arábia Saudita e Israel avançou mais em 2023 do que em qualquer esforço anterior: o rascunho das garantias de segurança dos EUA para o reino, a aprovação dos EUA para a tecnologia nuclear civil e um roteiro para a autogovernança palestina estavam todos na mesa, de acordo com o Journal.
O Hamas viu o momento como existencial. Um briefing interno de agosto de 2022, citado nos arquivos, afirma que era "dever" do movimento desmantelar a "onda de normalização que varria o mundo árabe", que já incluía Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão — os co-signatários dos Acordos de Abrahams de 2020, liderados pelo presidente americano Donald Trump durante seu primeiro mandato.
Os ataques de 7 de outubro desencadearam uma guerra em Gaza e em toda a região, deixando grande parte da Faixa em ruínas. Também congelaram o caminho da paz saudita: Riad afirmou que não revisaria o acordo até que os combates cessassem e surgisse um caminho confiável para a criação de um Estado palestino. Tropas israelenses mataram Sinwar em Gaza em 16 de outubro de 2024.