Economistas afirmam que 2024 trará “a maior crise de nossas vidas” nos EUA
Um economista que se concentra nos gastos do consumidor emitiu um alerta terrível sobre a economia dos EUA em 2024.
19/12/2023 por Jack Phillips
Tradução: César Tonheiro
“Desde 2009, isto tem sido 100% artificial e sem precedentes na impressão de dinheiro e nos déficits: 27 trilhões de dólares em 15 anos, para ser exato”, afirmou Harry Dent à Fox Business na terça-feira. “Isso é extraordinário, 100% artificial, o que significa que estamos num momento perigoso. Acho que 2024 será o ano da maior crise que veremos em nossas vidas.”
Mencionou que “se precisa voltar à normalidade e enviar uma mensagem aos bancos centrais”, acrescentando: "Esta deverá ser uma lição que imagino jamais revisitar. Penso que nunca mais veremos uma bolha em nossas vidas novamente.”
Dono da empresa HS Dent Investment Management, o economista supra disse que os mercados dos EUA estão atualmente numa bolha que começou no final de 2021 em meio à pandemia da COVID-19.
“As coisas não vão voltar ao normal em alguns anos. Talvez nunca mais vejamos esses níveis. E esta quebra não será uma correção. Será mais no nível '29 a '32. Seja lá quem passar por tal experimento desejará trucidar seu corretor de bolsa”, disse ele. Dent acrescentou, fazendo referências à quebra do mercado de ações em 1929, que levou à Grande Depressão ao longo da década de 1930.
“Se eu estiver certo, será o maior acontecimento de nossas vidas, grande parte acontecendo em 2024. Veremos isso começar e ficar mais óbvio em maio”, afirmou o analista. “Então, se você sair por 6 a 12 meses e as coisas permanecerem na avaliação mais alta do histórico, talvez você perca um pouco de seus ganhos se eu estiver errado. Se eu estiver certo, você evitará perdas enormes e será capaz de reinvestir daqui a um ano ou ano e meio a preços inacreditavelmente baixos e ampliar seus ganhos além de qualquer comparação.”
As previsões de uma quebra do mercado não são novidades. Dent escreveu “A Grande Depressão Adiante”; um livro que previa uma quebra significativa do mercado em 2009.
Nas últimas semanas, vários analistas fizeram previsões semelhantes sobre a possibilidade de uma quebra significativa do mercado de ações num futuro próximo.
Com base nas avaliações prevalecentes no mercado, estimamos que são prováveis retornos totais ruins para o S&P 500 nos próximos 10-12 anos, que os retornos do mercado acionário, em relação aos títulos, provavelmente estarão entre os piores da história, e que uma perda de mercado da ordem de 63% ao longo deste ciclo seria consistente com as avaliações prevalecentes em um século de história de mercado”, John Hussman, presidente do Hussman Investment Trust, que anunciou o crash de 2008, escreveu numa nota em outubro.
Previsão errada?
No entanto, numa nota recente, a Goldman Sachs aumentou a sua meta para o S&P 500 para 2024 em 8%, para 5.100, prevendo um vento favorável para as ações dos EUA devido à queda da inflação e à descida das taxas de juro.
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“Olhando para o futuro, a nova direção de melhoria do crescimento e da queda das taxas deverá apoiar as ações com balanços mais fracos, especialmente aos que são sensíveis ao crescimento econômico”, manifestou a companhia no final da semana passada.
Isso ocorre no momento em que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse na semana passada que o consequente aperto da política monetária do banco central dos EUA provavelmente terminará, já que a inflação cairá mais rápido que o esperado, e que uma discussão sobre cortes nas taxas de referência está "surgindo".
A mudança do Fed ajudou a empurrar o S&P 500 para perto de um máximo recorde e fez com que os rendimentos dos títulos caíssem. Os estrategistas do Goldman esperam que o Fed reduza as taxas em 0,25 em cada uma das suas reuniões de política monetária em março, abril e maio, seguidas de cortes trimestrais que reduzirão as taxas de referência para um intervalo de 4,0 a 4,25% até ao final do ano, em relação ao intervalo atual de 5,25 a 5,5%.
A perspectiva otimista do Goldman Sachs surge num momento em que outras empresas aumentaram as suas expectativas de cortes nas taxas de juro por parte do Federal Reserve. O Bank of America Global Research, por exemplo, prevê agora que o Fed reduza as taxas em 1,0% no próximo ano, começando com um corte de 0,25% em março, em comparação com a sua estimativa anterior de 0,75%.
O banco central dos EUA aumentou as taxas numa tentativa de compensar a inflação elevada em décadas. Os dados fornecidos pelo Bureau of Labor Statistics mostram que o Índice de Preços ao Consumidor que mede a inflação aumentou 0,1% em novembro de 2023 numa base ajustada sazonalmente e subiu 3,1% (YoY).
A Reuters contribuiu para este relatório.
Jack Phillips é um repórter de notícias de última hora com 15 anos de experiência que começou como repórter local na cidade de Nova York. Tendo ingressado no Epoch Times' equipe de notícias em 2009, Jack nasceu e foi criado perto de Modesto, no Vale Central da Califórnia. Siga-o no X: https://twitter.com/jackphillips5