ENQUANTO A GUERRA DE GAZA ENTRA NA TERCEIRA FASE, ELA DURARÁ REALMENTE UM ANO?
O combate sem precedentes de longa distância e multifrente de Israel levanta questões sobre a capacidade das FDI de alcançar objetivos de guerra
Ticker, Virtual Jerusalem - 7 JAN, 2024
À medida que a Guerra de Gaza se transforma naquilo que as autoridades israelitas chamam de “terceira fase”, a longevidade do conflito levanta sobrancelhas e preocupa a nível mundial. Com relatórios sugerindo que a guerra poderá prolongar-se até 2024, Israel encontra-se numa situação sem precedentes. Historicamente, os conflitos da nação têm sido intensos, mas relativamente breves; nunca antes Israel esteve envolvido numa guerra que se prevê durar um ano inteiro. Esta batalha prolongada não só sobrecarrega os recursos militares e nacionais, mas também tem um impacto profundo na psique de uma nação habituada a conflitos mais curtos e mais decisivos.
Esta terceira fase, tal como relata a Fundação para a Defesa das Democracias, indica uma mudança tática. Israel está a retirar algumas forças terrestres de Gaza, concentrando-se em vez disso em operações precisas contra o Hamas. Esta medida sugere uma abordagem mais direccionada, possivelmente destinada a minimizar as vítimas civis e os danos nas infra-estruturas, ao mesmo tempo que neutraliza eficazmente as ameaças. Contudo, à medida que o conflito se arrasta, surge a questão: Poderá Israel sustentar esta nova forma de guerra prolongada, tanto logística como moralmente?
No meio das recalibrações estratégicas e dos ataques aéreos implacáveis, a crise humanitária aprofunda-se. A Reuters relata um número impressionante de 22.722 mortes de palestinos, refletindo o imenso custo humano deste conflito duradouro. A devastação estende-se para além do campo de batalha, afectando inúmeras vidas e a própria estrutura da sociedade de Gaza.
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Para complicar ainda mais as coisas estão os reféns. No caos da guerra, o destino dos indivíduos capturados ou desaparecidos em combate torna-se uma questão comovente. A incerteza em torno do seu bem-estar acrescenta uma camada adicional de urgência e complexidade moral ao processo. Não se trata apenas de uma questão de estratégia militar e de política regional; trata-se de vidas humanas em jogo. Só se pode esperar que a pressão das famílias reféns e dos “Kaplanistas” antigovernamentais aumente, embora a maioria dos israelitas queira que o governo lute até que o controlo do Hamas em Gaza seja derrubado e o sul de Israel possa ser protegido dos ataques.
A firme resolução de Israel: navegando em um conflito existencial com a ameaça iminente no Norte
A história de Israel está impregnada de resiliência e perspicácia estratégica, especialmente quando enfrenta ameaças existenciais. À medida que a Guerra de Gaza entra na sua terceira fase sem precedentes, a perseverança da nação não é apenas uma questão de capacidade, mas um testemunho do seu espírito duradouro. Este conflito, considerado por muitos israelitas como existencial, catalisou uma profunda determinação em salvaguardar a segurança e a estabilidade nacionais. Não se trata apenas de uma batalha pelo território, mas de uma luta pela própria sobrevivência e pelo futuro do Estado israelita.
O caráter desta guerra é fundamentalmente diferente. Israel não está apenas lutando contra um inimigo; está enfrentando uma ameaça que desafia seu direito de existir. Esta compreensão profunda permeia a consciência colectiva da nação, alimentando uma resolução que resiste até aos conflitos mais prolongados e árduos. Os riscos são mais elevados do que nunca e com riscos mais elevados surge um compromisso intensificado.
Além disso, a reorientação estratégica na terceira fase da Guerra de Gaza reflecte a adaptabilidade e a visão de Israel. Ao reduzir a presença de tropas em Gaza e ao concentrar-se em operações localizadas e precisas contra o Hamas, Israel não só pretende uma campanha militar mais eficiente, mas também prepara-se para potenciais conflitos noutros locais. A ameaça iminente do Hezbollah no norte é um lembrete claro dos desafios multifacetados que Israel enfrenta. A libertação de batalhões de Gaza permite uma postura de defesa mais ágil e reativa, pronta para enfrentar ameaças em múltiplas frentes.
Esta mudança estratégica também significa uma compreensão mais profunda da guerra moderna. Já não se trata apenas do número de soldados no terreno, mas de quão eficaz e judiciosamente o poder militar é exercido. Numa época em que a guerra tem tanto a ver com precisão e inteligência como com pura força, a abordagem de Israel reflecte uma doutrina militar sofisticada e evoluída.