(EXCELENTE LEITURA) Desde o dilúvio até a destruição do Templo
Por muitos anos, Jeová mandou profetas para ajudar o povo de Judá. Mas as pessoas não estavam nem aí para os profetas.
AUTOR: CÉSAR TONHEIRO
OUTUBRE DE 2023
Caros Amigos
Ref.: Conflito Palestino-Israelita: Uma interpretação escatológica (substack.com)
A pedido do ilustre amigo, Dr. Heitor de Paola, que solicitou um parecer bíblico sobre os ataques à Israel, tomei a iniciativa de realizar um estudo mais profundo das contendas que se arrastam por séculos. Grande parte dessa pesquisa, ilustrações e infogramas está no site JW.ORG. Também alguns textos bíblicos foram extraídos da Bíblia Sagrada traduzida por João Ferreira de Almeida (1628 - 1691), imperativo ter em conta que esse nobre tradutor fez questão de preservar o nome do verdadeiro Deus, cujas versões atuais o excluíram, mas ao ler as Escrituras Sagradas com o nome do Altíssimocontribui para melhor entendimento. Há também menção de uma série de textos na Bíblia Online - VC - Versão Católica (bibliaonline.com.br).
As informações que se seguem foram condensadas e abrangem até a data em que se deu a destruição da cidade de Jerusalém e do majestoso Templo construído por Salomão. O ano em que isso ocorreu é imprescindível para se entender as profecias de Daniel, Apocalipse, etc., pois será a partir desse ano que entenderemos as “as setenta semanas” e os “sete tempos dos gentios”, também conhecido como “tempos designados das nações”. Porém tais temas serão abordados no próximo estudo.
Desejo uma boa leitura e espero que possa contribuir para continuarmos avançando nesses assuntos fins.Forte abraço!
NOÉ[Hebr.: Nó·ahh, provavelmente: Descanso; Consolo].Filho de Lameque e décimo na linhagem de Adão através de Sete; nascido em 2970 AC, 126 anos depois da morte de Adão. Quando seu pai Lameque deu nome a Noé, ele disse:
Noé viveu 350 anos depois do Dilúvio, isto é, faleceu cerca de dois anos antes do nascimento de Abraão.
Gênesis 9:28,29 - VC - Versão Católica - Bíblia Online (bibliaonline.com.br)
Portanto, ele chegou a ver o julgamento de Jeová contra os construtores da Torre de Babel e o espalhamento daqueles rebeldes sobre a superfície da terra. Noé e Sem não estavam envolvidos na construção da torre, e, consequentemente, não sofreram a confusão da sua língua, mas continuaram a falar a língua original do homem, que Deus dera a Adão (Hebraico).
Ninrode tentou implementar um governo central único sob o seu comando, o que contrariava a ordem divina de povoar Terra. Observe que esse projeto persiste no seio da oligarquia transnacional.
Gênesis 10:1-32 - VC - Versão Católica - Bíblia Online (bibliaonline.com.br)
Abraão era a décima geração de Noé mediante Sem, e nasceu 352 anos após o Dilúvio, em 2018 AEC.
Gênesis 11:10-30 - ARC - Almeida Revista e Corrigida - Bíblia Online (bibliaonline.com.br)
Abraão não era o primogênito. As Escrituras mostram que Tera tinha 70 anos quando nasceu seu primeiro filho, e que Abraão nasceu 60 anos depois, quando seu pai, Tera, tinha 130 anos. (Gên 11:32; 12:4).
O Islã reivindica a descendência do primogênito de Abraão que ele teve com a serva egípcia Agar, Ismael, aliás até mesmo Abraão imaginava que Ismael teria esse privilégio, porém Deus disse que não.
Disse Deus a Abraão: "Não chamarás mais tua mulher Sarai, e sim Sara.Eu a abençoarei, e dela te darei um filho. Eu a abençoarei, e ela será a mãe de nações e dela sairão reis."Abraão prostrou-se com o rosto por terra, e começou a rir, dizendo consigo mesmo: "Poderia nascer um filho a um homem de cem anos? Seria possível a Sara conceber ainda na idade de noventa anos?"E disse a Deus: "Oxalá que Ismael viva diante de vossa face!"Mas Deus respondeu-lhe: "Não, é Sara, tua mulher que dará à luz um filho, ao qual chamarás Isaac. Farei aliança com ele, uma aliança que será perpétua para sua posteridade depois dele.Eu te ouvirei também acerca de Ismael. Eu o abençoarei, torná-lo-ei fecundo e multiplicarei extraordinariamente sua descendência: ele será o pai de doze príncipes, e farei sair dele uma grande nação.Mas minha aliança eu a farei com Isaac, que Sara te dará à luz dentro de um ano, nesta mesma época." — Gênesis 17:15-21
Gênesis 17:15-21 - VC - Versão Católica - Bíblia Online (bibliaonline.com.br)
Sobre essa aliança ou pacto, o descendente, Jesus Cristo, viriada geração abraamica.
Ora, as promessas foram feitas a Abraão e à sua descendência. Não diz: aos seus descendentes, como se fossem muitos, mas fala de um só: e a tua descendência {Gn 12,7}, isto é, a Cristo. — Gálatas 3:16
Gálatas 3:16 - VC - Versão Católica - Bíblia Online (bibliaonline.com.br)
Por motivo do pacto eterno para um Reino, feito com Davi, a tribo de Judá possuía o cetro e o bastão de comandante durante 470 anos. (Gên 49:10; 2Sa 7:16) Mas, somente durante os reinados de Davi e de Salomão havia um reino unido, em que todas as tribos de Israel se prostravam diante de Judá. Por causa da apostasia de Salomão perto do fim do seu reinado, Jeová arrancou dez tribos do próximo rei de Judá, Roboão, e as deu a Jeroboão. (1Rs 11:31-35; 12:15-20) Somente os levitas e as tribos de Benjamim e de Judá permaneceram leais à casa de Davi. — 1Rs 12:21; 2Cr 13:9, 10.
Até o reinado de Davi havia tabernáculo ou “tenda de reunião” (chamado de “templo de Jeová”, em 1Sa 1:9, e “casa de Jeová”, em 1Sa 1:24), foi construído no ermo, junto ao monte Sinai, em 1512 AEC. Estava completamente erguido, com toda a sua mobília e utensílios instalados, no primeiro dia do primeiro mês, abibe ou nisã.
Templo de Salomão. O Rei Davi anelava construir uma casa para Jeová, que abrigasse a Arca do Pacto, que ‘morava no meio de panos de tenda’. Jeová se agradou da proposta de Davi, mas disse-lhe que, uma vez que Davi tinha derramado muito sangue na guerra, seu filho (Salomão) teria o privilégio de fazer tal construção. Isto não queria dizer que Jeová não aprovava as guerras que Davi travara a favor do Seu nome e de Seu povo. Mas o templo devia ser edificado em paz, por um homem de paz. — 2Sa 7:1-16; 1Rs 5:3-5; 8:17; 1Cr 17:1-14; 22:6-10.
Inauguração. No sétimo mês, etanim, pelo visto no 12.º ano do reinado de Salomão (1026 AC), Salomão congregou os homens de Israel em Jerusalém para a inauguração do templo e a Festividade das Barracas. Foi trazido o tabernáculo, com seu mobiliário sagrado, e a Arca do Pacto foi colocada no Santíssimo.Nisto, a nuvem de Jeová encheu o templo. Daí Salomão bendisse a Jeová e abençoou a congregação de Israel, e, de pé numa tribuna especial diante do altar de cobre do sacrifício. Proferiu uma longa oração, louvando a Jeová e suplicando sua benevolência e misericórdia a favor daqueles que se voltassem para Ele, a fim de temê-Lo e servi-Lo, fossem eles israelitas ou estrangeiros.
Dado que o povo de Judá vivia se afastando de Jeová e adorando deuses falsos. Por muitos anos, Jeová mandou profetas para ajudar o povo de Judá. Mas as pessoas não estavam nem aí para os profetas. Elas até riam do que eles falavam. O que Jeová ia fazer para acabar com aquela adoração falsa?
Naquele tempo, o rei de Babilônia, Nabucodonosor, estava invadindo várias cidades e ficando com todas elas. Ele invadiu Jerusalém e levou o rei Joaquim, os príncipes, os soldados e muitos outros homens de Judá para Babilônia. Nabucodonosor também pegou todos os tesouros do templo de Jeová. Então, ele fez Zedequias ser o rei de Judá no lugar de Joaquim.
Quando a Jerusalém antiga foi destruída?
“Segundo historiadores e arqueólogos, 586 ou 587 AEC é geralmente aceito como o ano da destruição de Jerusalém.
Mas por que se interessar na data exata em que o rei babilônio Nabucodonosor II destruiu Jerusalém? Primeiro, porque esse evento marcou um importante ponto de virada na história do povo de Deus. Saber o ano exato em que essa “grande catástrofe” começou e entender como a restauração da verdadeira adoração em Jerusalém cumpriu uma profecia exata da Bíblia vai fortalecer sua confiança na autenticidade da Palavra de Deus.
“Setenta anos” para quem?
Anos antes da destruição, o profeta judeu Jeremias forneceu uma pista fundamental para se entender a cronologia bíblica relacionada a esse evento. Ele avisou “todos os habitantes de Jerusalém”, dizendo:
Jeremias 25:1,2 - VC - Versão Católica - Bíblia Online (bibliaonline.com.br)
Qual é o significado dos “setenta anos”? E como esse período nos ajuda a determinar a data da destruição de Jerusalém?
Em vez de dizer 70 anos “em Babilônia”, muitas traduções dizem “para Babilônia”. (VB) Por isso, alguns historiadores alegam que esse período de 70 anos se aplica ao Império Babilônico. Segundo a cronologia secular, os babilônios dominaram o território das antigas Judá e Jerusalém por uns 70 anos, de cerca de 609 AEC a 539 AEC, quando a capital de Babilônia foi capturada.
A Bíblia, porém, mostra que os 70 anos seriam um período de punição severa da parte de Deus — dirigida especificamente ao povo de Judá e de Jerusalém, que estavam num pacto para obedecer a ele. Quando eles se recusaram a mudar seu proceder errado, Deus disse: “Enviarei . . . Nabucodonosor, rei de Babilônia, . . . contra esta terra, e contra os seus habitantes, e contra todas estas nações ao redor.” (Jeremias 25:4, 5, 8, 9, VB) Apesar de as nações ao redor também sofrerem a ira de Babilônia, a destruição de Jerusalém e os 70 anos de exílio que se seguiriam foram chamados por Jeremias de “punição do meu povo”, pois Jerusalém tinha cometido “graves pecados”. — Lamentações 1:8; 3:42; 4:6, Nova Versão Internacional.
Quando começaram os “setenta anos”?
O historiador inspirado Esdras, que viveu depois do cumprimento dos 70 anos da profecia de Jeremias, escreveu o seguinte sobre o Rei Nabucodonosor:
Nabucodonosor deportou para Babilônia todos os que tinham escapado à espada, e eles se tornaram seus escravos, dele e de seus filhos, até o advento do domínio persa.Assim se cumpria a profecia que o Senhor tinha dado pela boca de Jeremias - Até que a terra desfrutasse os seus sábados -, pois a terra ficou inculta durante todo esse período de desolação, até que se completaram setenta anos. — 2 Crônicas 36:20,21.
2 Crônicas 36:20,21 - VC - Versão Católica - Bíblia Online (bibliaonline.com.br)
Assim, os 70 anos seriam um período em que a terra de Judá e de Jerusalém teria “descansos sabáticos”. Isso significava que o solo não seria cultivado — não haveria semeadura nem poda de vinhedos. (Levítico 25:1-5, NVI) Por causa da desobediência do povo de Deus, cujos pecados talvez incluíssem não cumprir todos os anos sabáticos, a punição era que sua terra seria abandonada e ficaria sem cultivo por 70 anos. — Levítico 26:27, 32-35, 42, 43.
Quando foi que a terra de Judá ficou desolada e sem cultivo? Na verdade, os babilônios sob Nabucodonosor atacaram Jerusalém em duas ocasiões, com um intervalo de vários anos. Quando começaram os 70 anos?Certamente não foi depois que Nabucodonosor sitiou Jerusalém pela primeira vez. Por que não? Embora nessa ocasião ele tenha levado muitos cativos de Jerusalém para Babilônia, ele deixou outros para trás. Ele também não destruiu a cidade. Durante anos, depois dessa primeira deportação, os que ficaram em Judá, “a classe de condição humilde do povo”, viveram da terra. (2 Reis 24:8-17) Mas então as coisas mudaram drasticamente.
Uma rebelião dos judeus trouxe os babilônios de volta a Jerusalém. (2 Reis 24:20; 25:8-10) Eles arrasaram a cidade, incluindo o templo sagrado, e levaram cativos para Babilônia muitos de seus habitantes. Em menos de dois meses, “todo o povo [que tinha sido deixado no país], desde as crianças até os velhos, inclusive os líderes do exército, fugiram para o Egito, com medo dos babilônios”. (2 Reis 25:25, 26, NVI)
Só então, no sétimo mês judaico daquele ano, tisri (setembro/outubro), se podia dizer que havia começado o descanso sabático daquela terra, agora desolada e não mais cultivada. Por meio de Jeremias, Deus disse aos judeus refugiados no Egito: “Vocês viram toda a desgraça que eu trouxe sobre Jerusalém e sobre todas as cidades de Judá. Hoje elas estão em ruínas e desabitadas.” (Jeremias 44:1, 2, NVI) Portanto, tudo indica que esse acontecimento marcou o começo dos 70 anos.
Em que ano foi isso?
Para saber a resposta precisamos ver quando esse período terminou.
Quando terminaram os “setenta anos”?
O profeta Daniel, que viveu até o começo do “domínio persa” e estava em Babilônia quando isso aconteceu, calculou quando os 70 anos terminariam. Ele escreveu:
No primeiro ano do reinado de Dario, filho de Assuero, da estirpe dos medos, que havia sido elevado ao trono do império dos caldeus,no primeiro ano do reinado, {digo}, eu, Daniel, lendo as Escrituras, tive minha atenção despertada para o fato de que o número de anos a passar-se, segundo a palavra do Senhor ao profeta Jeremias, sobre a desolação de Jerusalém, seria de setenta anos. — Daniel 9:1,2.
Daniel 9:1,2 - VC - Versão Católica - Bíblia Online (bibliaonline.com.br)
Quando é que os judeus foram libertados?
O decreto que pôs fim ao seu exílio foi emitido no “primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia”.
UMA DATA FUNDAMENTAL NA HISTÓRIA
A data de 539 AEC, quando o Rei Ciro II conquistou Babilônia, é calculada com base em:
▪ Fontes históricas e tabuinhas cuneiformes antigas: Diodoro da Sicília (c. 80-20 AEC) escreveu que Ciro se tornou rei da Pérsia no “ano de abertura da Quinquagésima Quinta Olimpíada”. (Historical Library [Biblioteca Histórica], Livro IX, 21) Esse ano foi 560 AEC. O historiador grego Heródoto (c. 485-425 AEC) disse que Ciro foi morto depois de ter reinado por 29 anos, ou seja, no 30.° ano de seu reinado, em 530 AEC. (Histórias, Livro I, Clio) Tabuinhas cuneiformes mostram que Ciro governou Babilônia por nove anos antes de morrer. Assim, contando nove anos antes de sua morte, em 530 AEC, chegamos a 539 AEC, concluindo assim que foi nesse ano que Ciro conquistou Babilônia.
Confirmação de uma tabuinha cuneiforme: Uma tabuinha cuneiforme babilônica de argila (BM 33066), com dados de astronomia, confirma a data da morte de Ciro em 530 AEC. Embora essa tabuinha contenha alguns erros de posicionamento de astros, ela descreve dois eclipses lunares que segundo ela ocorreram no sétimo ano de Cambises II, o filho e sucessor de Ciro. Esses eclipses são identificados com os eclipses lunares visíveis em Babilônia em 16 de julho de 523 AEC e em 10 de janeiro de 522 AEC, apontando assim para a primavera de 523 AEC como o começo do sétimo ano de Cambises. Isso faz com que o seu primeiro ano de reinado seja 529 AEC. Portanto, o último ano de Ciro teria sido 530 AEC, fazendo de 539 AEC seu primeiro ano como governante de Babilônia.
Assim, no outono de 537 AEC, os judeus já tinham voltado a Jerusalém para restaurar a adoração verdadeira. — Esdras 1:1-5; 2:1; 3:1-5.
607–537=70
Portanto, segundo a cronologia da Bíblia, os 70 anos foram um período literal que terminou em 537 AEC. Contando 70 anos para trás, o começo desse período seria em 607 AEC.
Mas se as evidências das Escrituras inspiradas apontam claramente para 607 AEC como a data da destruição de Jerusalém, por que muitas autoridades defendem 587 AEC? Elas se baseiam em duas fontes — os escritos de historiadores clássicos e o Cânon de Ptolomeu. Será que essas fontes são mais confiáveis do que as Escrituras? Vejamos.
Historiadores clássicos — até que ponto são confiáveis?
Os historiadores que viveram próximo da época em que Jerusalém foi destruída dão informações contraditórias sobre os reis neobabilônios.
O império neobabilônico começou com o reinado do pai de Nabucodonosor, Nabopolassar, e terminou com o reinado de Nabonido. Esse período é de interesse para os eruditos porque abrange a maior parte dos 70 anos da desolação de Jerusalém.
Em resumo: a Bíblia diz claramente que houve um exílio de 70 anos. Há fortes evidências — e a maioria dos eruditos concorda — que em 537 AEC os judeus exilados já haviam voltado para sua terra natal. Se contarmos para trás a partir desse ano, a destruição de Jerusalém foi em 607 AEC. Apesar de os historiadores clássicos e o Cânon de Ptolomeu não concordarem com essa data, há questões legítimas sobre a exatidão de seus escritos. De fato, as provas fornecidas por essas duas fontes de evidências não são suficientes para derrubar a cronologia da Bíblia.
No entanto, ainda restam outras perguntas. Será que não há nenhuma evidência histórica que apoie a data de 607 AEC, calculada com base na Bíblia? Que evidências são reveladas pelos documentos cuneiformes, muitos dos quais foram escritos por testemunhas oculares antigas e podem ser datados?
A história bíblica e secular concordam que esse exílio terminou após Ciro conquistar Babilônia e libertar os judeus, que retornaram para Jerusalém em 537 AEC. Visto que a Bíblia diz claramente que o exílio durou 70 anos, tudo indica que ele começou em 607 AEC.
No entanto, a maioria dos eruditos diz que a destruição de Jerusalém ocorreu em 587 AEC. Isso só deixaria um período de 50 anos de exílio. Por que chegaram a essa conclusão? Eles baseiam seus cálculos em antigos documentos cuneiformes que contêm detalhes sobre Nabucodonosor II e seus sucessores.1 Muitos desses documentos foram escritos por homens que viveram durante a época da destruição de Jerusalém, ou perto dessa época. Mas até que ponto esses cálculos que apontam para 587 AEC são exatos? O que esses documentos realmente mostram?
Para responder a essas perguntas, vejamos três tipos de documentos a que os eruditos muitas vezes recorrem: (1) As crônicas babilônicas, (2) as tabuinhas econômicas e (3) as tabuinhas astronômicas.
● As crônicas babilônicas.
O que são? As crônicas babilônicas são uma série de tabuinhas que registram eventos importantes da história babilônica.
O que os eruditos dizem? R. H. Sack, uma destacada autoridade em documentos cuneiformes, declara que as crônicas fornecem um registro incompleto de eventos importantes. [Nenhum dos eruditos citados defende que Jerusalém foi destruída em 607 AEC]. Ele escreveu que os historiadores precisam recorrer a “fontes secundárias . . . na esperança de determinar o que realmente aconteceu”.
O que os documentos mostram? Que há lacunas na história registrada nas crônicas babilônicas. (Veja o quadro abaixo.) Assim, é lógico perguntar: até que ponto as conclusões baseadas nesse registro tão incompleto são confiáveis?
Tabuinhas astronômicas.
O que são? São tabuinhas cuneiformes contendo descrições da posição do Sol, da Lua, de planetas e de estrelas combinadas com informações históricas, como o ano de reinado de determinado rei. Por exemplo, o diário astronômico abaixo registra um eclipse lunar que ocorreu no primeiro mês do primeiro ano do reinado do Rei Muquin-Zeri.
O que os eruditos dizem? Os eruditos concordam que os babilônios desenvolveram extensas tabelas e listas para predizer quando era mais provável que ocorresse um eclipse.
O que os documentos mostram? Veja o exemplo de uma tabuinha conhecida como VAT 4956... se 588 AEC marcou o 37.º ano de Nabucodonosor II, então seu 18.º ano cairia em 607 AEC — exatamente o ano que a cronologia bíblica indica para a destruição de Jerusalém.
QUE ANO A VAT 4956 INDICA COMO O ANO DA DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM — 587 AEC OU 607 AEC?
Nabucodonosor II destruiu Jerusalém no seu 18.º ano de reinado.
A palavra do Senhor foi dirigida a Jeremias, no décimo ano do reinado de Sedecias, rei de Judá. Era, então, o décimo oitavo do reinado de Nabucodonosor. — Jeremias 32:1.
Jeremias 32:1 - VC - Versão Católica - Bíblia Online (bibliaonline.com.br)
◼ A VAT 4956 aponta com mais certeza para 607 AEC
Uma vez tendo esse ano como base no próximo estudo abordaremos sobre as “setenta semanas” mencionada no livro de Daniel.