EXCLUSIVO: Vídeos mostram policiais em comício de Trump expressando frustração com o serviço secreto
Imagens da câmera corporal da polícia obtidas pelo Journal revelam momentos após o ex-presidente ser baleado
WALL STREET JOURNAL
Por Jack Gillum, James V. Grimaldi, James Fanelli & C. Ryan Barber 8 de agosto de 2024 às 15h22 ET
Tradução: Heitor De Paola
A polícia local da Pensilvânia reclamou, momentos após a tentativa de assassinato de Donald Trump no mês passado, que eles avisaram o Serviço Secreto dos EUA com dias de antecedência que o armazém onde o atirador estava posicionado precisava de proteção, de acordo com novos vídeos obtidos pelo The Wall Street Journal.
"Eu disse a eles que precisavam postar caras aqui... Eu disse a eles na terça-feira", disse um policial de Butler Township em áudio capturado em sua câmera corporal. "Eu conversei com os caras do Serviço Secreto. Eles disseram, 'Sim, sem problemas. Vamos postar caras aqui.’
A filmagem pinta um quadro mais completo dos momentos de raiva e frustração depois que Thomas Matthew Crooks conseguiu disparar oito tiros no ex-presidente com um rifle de assalto estilo AR. Um espectador foi morto, outros dois ficaram feridos e Trump sofreu um ferimento de bala na orelha. O Journal obteve os vídeos mediante solicitação de registros públicos na quinta-feira.
Um policial em um dos vídeos em um ponto se refere a um indivíduo suspeito que havia sido perdido pelas autoridades. O policial não identificado se referiu a "um cavalheiro com um rosto achatado que estávamos procurando antes. Ele estava assustando as pessoas."
O relato do policial, transmitido pelo rádio, foi capturado em uma das câmeras corporais. "Ele estava observando as pessoas na floresta perto da torre de água. Não tenho certeza se ele é o cavalheiro caído ou não."
“Eu disse a eles que precisavam postar caras aqui. Eu disse a eles que o f—ing... o Serviço Secreto. Eu disse a ele isso na f—ing terça-feira. Eu disse a ele para postar os caras aqui.”
Cerca de 10 minutos após o tiroteio, outro policial, chegando ao depósito, disse a um colega policial: "Achei que vocês estavam no telhado. Achei que eram vocês. Achei que eram vocês."
"Não", veio a resposta, com uma explicação de que nenhum policial estava no telhado.
"Que p—", respondeu o policial frustrado. "Por que não estávamos no telhado? Por que não estávamos?"
Policiais federais disseram que o Serviço Secreto acreditava que os atiradores da Unidade de Serviços de Emergência do Condado de Butler deveriam proteger o telhado do prédio onde Crooks disparou seu rifle.
No entanto, o policial local envolvido no planejamento do evento disse anteriormente que os chefes da equipe tática disseram ao Serviço Secreto durante a vistoria que seus atiradores estariam dentro do prédio, no segundo andar.
A equipe de Butler não queria os atiradores no telhado porque eles teriam sido expostos a temperaturas acima de 90ºF (29ºC) durante o dia, disse o oficial. Além disso, o telhado inclinado teria obscurecido alguns dos pontos de vista dos atiradores, disse ele.
No dia do comício, o Serviço Secreto teve interação limitada com a polícia local, incluindo a Unidade de Serviços de Emergência do Condado de Butler, disse o oficial.
O tenente da polícia de Butler Township, Matthew Pearson, se recusou na quinta-feira a divulgar os nomes dos policiais por trás das câmeras corporais, citando uma investigação contínua da qual eles fazem parte. "A polícia de Butler Township está cooperando com uma investigação interna do Serviço Secreto, então não podemos comentar neste momento", disse Pearson. O Serviço Secreto não respondeu imediatamente a um inquérito solicitando comentários na quinta-feira.
Numa coletiva de imprensa na sexta-feira, o diretor interino do Serviço Secreto Ronald Rowe disse que "deveríamos ter tido mais presença" no prédio, que ficava do lado de fora do perímetro seguro que os agentes montaram para o comício.
"Isso foi uma falha do Serviço Secreto", disse ele. "Aquela linha do telhado deveria ter sido coberta. Deveríamos ter tido mais olhos nisso.”
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