Guerra dos Seis Dias: libertar Jerusalém não fazia parte dos planos
A independência de Israel foi proclamada em 14 de maio de 1948. No dia seguinte as tropas do Egito, Síria, Jordânia, com apoio de batalhões do Líbano, Iraque e Arábia Saudita avançaram sobre as fronteiras do que deveria ser o Estado Árabe, definido pela Partilha da Palestina do Mandato Britânico, uma ação descolonizadora e anti-imperialista, impedindo sua existência pelas armas. As tropas da Legião Árabe, sediada na Jordânia, somavam 10.000 soldados, treinados, equipados e comandados por oficias britânicos.
Apenas 14 dias depois, a Legião Árabe tomava toda a Cidade Velha de Jerusalém (pela Partilha, seria não pertenceria nem ao Estado Judeu, nem ao Estado Árabe, e seria uma zona internacional) e rapidamente expulsa todos os judeus de lá. Isso jamais foi considerado como limpeza étnica. Pelo contrário, apenas uma ação justa, justificada e dentro da lei. Como assim?

Quando o Império Britânico realizou, unilateralmente a primeira partilha da Palestina do Mandato Britânico, criou o reino Hashemita da Transjordânia, transferindo a tribo Hussein de Hejaz (pois o país Arábia Saudita não existia e seria criado pelos Estados Unidos em 1935) e lhes dando a Transjordânia, conforme prometido pelo coronel Lawrence, o Lawrence da Arábia, pela ajuda da tribo para combater os turco-otomanos na Primeira Guerra Mundial. A tribo Saud, não colaborou. Hussein, era então o Xerife de Meca, o governador de Meca e todos se mudaram para a Transjordânia.
No estatuto de constituição do novo país, existia a cláusula “livre de judeus”, isto, cinco anos antes de Hitler sequer ser preso na Alemanha e começar a escrever o Mein Kampf. Livre de Judeus, legalmente foi uma criação britânica.
Sendo assim, a Legião Árabe, apenas cumpriu as leis de seu país e expulsou todos os judeus da Cidade Velha de Jerusalém. No dia seguinte, 29/mai, o Rei Abdulah, visitou a Cidade Santa (na foto). Até 1950 a Cisjordânia era um “território ocupado” pela Jordânia. Mas, naquele ano, o governo jordaniano a anexou e passou a fazer parte integral do território da Jordânia.
Ainda em 1948, o rei Abdulah iniciou um processo de “desjudaização” da Judeia e Samaria (a tal Cisjordânia, nome igualmente britânico). Em poucos anos, 58 grandes e médias sinagogas, principalmente em Jerusalém e Hevron, foram derrubadas, demolidas com dinamite. Os cemitérios judaicos foram profanados e muitas lápides foram removidas para se tornarem pisos para as rotas de serviço de guarda jordaniana, escadas, e também de latrinas para os soldados muçulmanos. Mas, novamente, não se preocupe: isso nunca foi considerado limpeza étnica ou racismo, apenas normalidade. Até hoje se pode encontrar lápide de túmulos judaicos com parte de paredes de casas árabes em Jerusalém Oriental.
Jerusalém como cidade sagrada para os muçulmanos
Aqui veremos tudo que faltou contarem para você nas escolas judaicas e muito menos na história geral pelo MEC.
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Devido ao artigo histórico ser muito grande, sugiro os leitores a leitura do original. Esta leitura é essencial para quem quer conhecer realmente a história do Oriente Médio e aproveitar os links para outros trabalhos históricos importantíssimos: