HAVERÁ PAZ NO ORIENTE MÉDIO?
“Peace is not an absence of war; it is a virtue, a state of mind, a disposition for benevolence, confidence, justice.” (Spinoza)
Regina Caldas
Publicado originalmente em meu antigo site heitordepaola.com em 2004
Os palestinos, através de eleições, elegeram Mahmoud Abbas para governá-los. A primeira iniciativa de Abbas foi reiniciar um dialogo com Israel. Quer estabelecer com Ariel Sharon um plano para o cessar fogo que possibilite a retomada do antigo plano de paz. O encontro ocorreu no Egito, em 08/02/2005, e, sem dúvidas, aparentou ser um primeiro passo dos palestinos em direção ao diálogo que poderá futuramente estabelecer uma paz duradoura e profícua, no Oriente Médio. Mais uma vez, Sharon chegou a propor a entrega de mais cinco territórios aos palestinos, ainda que nos encontros de Camp David, Israel tenha devolvido 91% do território que controlou após a guerra de 1967 (Guerra dos Seis Dias), além de todas as outras ofertas posteriores, recusadas por Arafat. Analisando os fatos recentes como a morte de Arafat, eleições e o retorno às negociações de paz, talvez haja motivo de regozijo para todos nós. Finalmente surge uma réstia de luz no fundo do poço.
No entanto, para quem conhece um pouco todas as questões relativas à Paz no Oriente Médio, sabe-se que o assunto é extremamente complexo, valendo lembrar inclusive que os palestinos têm violado todas as promessas que fazem quando estabelecem algum acordo de paz com Israel. Isto aconteceu logo após o encontro em Camp David, e após o acordo de Oslo.
Para jogar um pouco de luz na questão Israel-Palestina, apresento três análises de suma importância, que talvez nos ajudem a compreender porque motivo, uma esperança de paz no Oriente Médio é um sonho precário e distante. As três análises, focadas no tema principal são expostas por quem conhece o assunto com profundidade. Aqui não importa que os textos tenham sido refletidos antes do falecimento de Arafat. Pelo que se concluirá da leitura, Arafat foi apenas uma peça no tabuleiro de um jogo sujo que envolve grandes interesses políticos e financeiros de milhares de pessoas ao redor do mundo.
Promover a paz no Oriente Médio, representa muito mais que harmonia entre dois povos, israelenses e palestinos. Paz no Oriente Médio, significa mudanças de atitudes na ONU, nas Nações Árabes, na Europa, e na mentalidade e objetivos das ONGs ao redor do mundo. A Paz no Oriente Médio, significará, acima de tudo, o resgate do que mais está em falta na atualidade: a clareza moral para entendermos que “paz não é a falta de guerra; é uma virtude, um estado de alma, uma disposição para a benevolência, confiança, justiça” como falou Spinoza.
Conforme afirmado acima, a seguir apresento os textos que dirão por si só até que ponto podemos crer na boa vontade de Mahmoud Abbas, atual presidente do povo palestino, quando se empenha em buscar entendimento com seu próprio povo a fim de solucionar seus conflitos com Israel.
1-RECUSANDO-SE A PASSAR JULGAMENTO
Gold, Dore: TOWER OF BABBLE cap 9: The UM backs terrorism, pg 215
Dore Gold serviu como embaixador de Israel junto às Nações Unidas, entre 1997/99-PhD em relações internacionais e Estudos do Oriente Médio
2-VINTE FATOS SOBRE ISRAEL E O ORIENTE MÉDIO:
Bill Bennet, Jack Kemp e Jeane Kirkpatrick, dispensam introdução. O presente artigo foi escrito para "Victory over Terrorism", um projeto do Empower América
3-ONGS E A AGENDA ANTI-ISRAEL
Prof. Gerald Steinberg: Está concluindo um livro sobre o assunto. O presente texto é parte de uma publicação feita em Aish.com
RECUSANDO-SE A PASSAR JULGAMENTO
Pegando a matéria do terrorismo fora do contexto, embora a mesma tenha servido à outro interesse da ONU: esconder a evidência de que a Organização tem sido penetrada por grupos terroristas. Israel descobriu substancial evidencia que a UNRWA (United Nations Relief and Works Agency), que era encarregada de providenciar ajuda humanitária aos palestinos vivendo nos campos de refugiados, tinha permitido que os campos fossem usados como santuários para o terrorismo, e como criação de terreno para o incitamento. A UNRWA emprega aproximadamente 20.000 palestinos no West Bank e na faixa de Gaza, muitos dos quais, pelo que aparenta, dando suporte ao Hamas e a outros grupos de terroristas. Quando as forças de Israel chegaram em Jenin, encontraram os lares dos trabalhadores do UNRWA forrados de pôsteres glorificando os homens-bomba. Na faixa de Gaza, encontraram o trabalhador Nahad Rashid Ahmad Atallah, que usava um Fiat da ONU, para transportar operadores do Fatah para ataques terroristas em Israel. Ele mantinha contacto com a Frente Popular para a Libertação Palestina no Líbano. Usando as placas diplomáticas da ONU, um terrorista pode atravessar as estradas militares de Israel sem ser inspecionado. Este exemplo perdurou por anos. Um dia antes de o mundo acompanhar a brutal decapitação do civil norte-americano, Nicholas Berg, no Iraq, em 12 de maio de 2004, o Hamas desfilava partes dos corpos de soldados israelenses que tinham matado na faixa de Gaza. O Ministro da Defesa de Israel, Shaul Mofaz, descobriu que os palestinos “usam as ambulâncias da ONU e da UNRWA, para espalhar partes dos corpos ao lado dos locais de ataques”. Em outras palavras, as organizações terroristas conduzem estas barbáries utilizando-se de veículos da ONU.
Apesar da educação ter sido um dos campos no qual a UNRWA deveria prestar ajuda, a agência não fez nada para alterar a agenda educacional dos palestinos onde prevalecem textos que glorificam a violência e a continuidade da guerra contra Israel. O argumento da UNRWA é de que isto não lhe cabe e sim aos palestinos. Se for verdade que a UNRWA não escreve os livros de textos, mas consente em distribuí-los com seus conteúdos desleais, as nações Unidas são inquestionavelmente cúmplices encorajando o ethos do terrorismo que aumentou nos campos de refugiados. Existem muitas maneiras nas quais esta cumplicidade foi expressa. Por exemplo, o professor representativo da UNRWA, Suheil al-Hindi, prestigia os homens-bomba do campo de refugiados de Jabalya, na faixa de Gaza. Antes de ter sido posto fora da UNRWA, ele foi promovido a clérigo da União dos trabalhadores da UNRWA, em junho de 2003. Oitocentos trabalhadores participaram daquela eleição. Dos vinte e sete assentos, o Hamas conquistou vinte e três. O Hamas promoveu uma limpeza entre os clérigos do setor de professores da UNRWA, indicando para que lado as instituições educacionais seriam direcionadas de acordo com sua ideologia. As forças israelitas viram para que lado o Hamas influenciou as escolas da UNRWA, quando encontrou em Kalandia, um livro escolar guarnecido com retratos dos “mártires” palestinos, isto é, dos homens-bomba. E nas costas do livro havia uma imagem de um atirador mascarado com uma touca negra portando a sigla da UNRWA.
A UNRWA sempre teve mais ligações com o terrorismo. Mahmud Khawaja, um de seus trabalhadores fazia parte do Jihad islâmico: ele era responsável pela condução dos homens-bomba às suas missões, até que foi morto em 1995. O diretor das atividades da UNRWA na Jordânia, num encontro de professores em junho de 2002, perguntou quantos daqueles que cometeram missões suicidas em Israel, haviam se graduado nas escolas da UNRWA. O jornal árabe, al-Bayan, referindo-se àquele encontro afirmou que na ocasião se concluíra que as escolas mantidas pela UNRWA eram "estufas para terroristas". Muitos terroristas da década de 90, como Ibrahim Maqadama, vieram daquelas escolas. Ibrahim, por exemplo, fundou a asa militar do Muslim Brotherhood em 1983, e ajudou a criar a estrutura militar do Hamas. Salah Mustafa Shehaba, outro lider do Hamas, também veio daquelas escolas, além de 46 terroristas operadores.
As Nações Unidas tinham plena consciência de que os campos de refugiados poderiam se tornar centros de recrutamento e treinamento de terroristas, mas não fez nada para solucionar o problema. Tom Lantos, membro do Comitê de Relações Internacionais da Casa Legislativa norte-americana, em maio, 13, 2002, escreveu para Kofi Annan, para expressar o seu pesar sobre a falência da UNRWA em prevenir os campos de refugiados de se tornarem um terreno propício para a criação de terroristas. Lantos apontou a Resolução 1208, do Conselho de Segurança da ONU, que afirmava a inaceitabilidade de usar campos de refugiados e pessoas dos mesmos para propósitos militares, e, outra Resolução, a 1296, que conclamava ao secretário-geral da ONU, a informar situações onde os campos se tornassem vulneráveis à infiltração de indivíduos armados. Nada, entretanto foi feito por Annan. Apenas anunciou que havia abortado a operação em maio/02/2002, desmantelando o time de observadores da ONU, e arguindo que "Israel não havia cooperado com a investigação e que dificultara a obtenção de informações acuradas sobre os fatos recentes". Israel contestou objetando que o time de observadores da ONU, eram apenas "pó-de-arroz". Porém, na verdade, o time de observadores poderia ter causado grandes embaraços à ONU. Não só revelando a extensão da linha de terroristas nos campos da UNRWA, como demonstrando aquilo que investigações independentes revelaram: que as acusações feitas pela ONU, no caso do massacre de Jenin, eram infundadas.
Após a ONU ter desmantelado o time de observadores da missão Jenin, a PLO e o bloco árabe das Nações Unidas, iniciaram uma "Sessão Especial de Emergência" da Assembléia Geral da ONU, para tratar do assunto, e, de acordo com o anunciado pelo secretário-geral, em julho/30/2002, a declaração da Autoridade Palestina de que seriam 500 os mortos no massacre de Jenin, não era substanciada. Esta era a linguagem minimalista à luz das excepcionais medidas tomadas pela ONU, para investigar as ações israelenses. Como informação ele também disse que nos relatórios hospitalares de Jenin havia a confirmação de 52 palestinos mortos, o que não revelava o levantamento final do número de mortes assinalado por informações conflitantes. Para seu crédito, Annan informou que os militantes palestinos, ou de qualquer lugar, aproveitavam brechas das leis internacionais que seriam e sempre foram condenadas pela ONU. Ele também observou que a Autoridade Palestina era obrigada a refrear ataques contra os civis e impedir grupos dentro de seu território de se engajarem naqueles ataques. Entretanto, ele omitiu o apoio que os terroristas encontravam nas facilidades permitidas pela UNRWA. Além do mais, suas referências falavam sobre um "ciclo de violência permanente", uma expressão que não permitia a Annan assinar qualquer condenação para marcar um agressor ou defendente.
Por que a ONU não pode expor uma condenação geral do Hamas, do Hisbollah, ou do Fatah-Tanzim de Yasser Arafat? A razão, como se nota, é que a organização não pode mais definir claramente padrões de banimento do terrorismo e violência política, simplesmente porque novos grupos poderosos dentro da ONU se opõem àqueles padrões. Em abril de 2002, um bloco na Assembleia geral, a Organização da Conferencia Islâmica, patrocinado pelos sauditas, encontrou-se em Kuala Lumpur, Malaysia, e fez uma declaração internacional sobre terrorismo, começando:" Rejeitamos qualquer iniciativa que associe estados islâmicos, palestinos ou a resistência libanesa com o terrorismo".
Os Estados Unidos reconhecem o que a ONU não percebe: a guerra ao terrorismo requer tomada de posição e isto depende de claridade moral.
Encorajados por seus sucessos, e confiantes que a ONU não se coloca contra seus santuários, Hizbollah e outros grupos de terroristas só expandem suas operações. Os custos da falência da ONU poderá ser devastador.
VINTE FATOS SOBRE ISRAEL E O ORIENTE MÉDIO
A atenção mundial tem se focado no Oriente Médio. Somos confrontados diariamente com cenas de carnificina e destruição. Podemos entender tal violência? Sim, se tivermos um sólido conhecimento da matéria, incluindo aqueles já esquecidos. Abaixo estão vinte fatos que pensamos serem úteis no entendimento da situação corrente, como se arrastaram até aqui, e como eventualmente podemos chegar a uma solução.
ROTAS DO CONFLITO:
Quando as Nações Unidas propuseram a criação de dois estados na região, um judeu e outro árabe, os judeus aceitaram e proclamaram a sua independência em 1948. O estado judeu constituía-se em apenas 1/6 de 1% daquilo que era conhecido como “o mundo árabe.” Os estados árabes entretanto, rejeitaram o plano da ONU, e desde então, promoveram uma onda de guerras contra Israel, repetidamente, e, alem das guerras, terrorismo e atritos. Em 1948, cinco forças árabes invadiram Israel com a intenção de erradicá-lo. Jamal Hussein, do Alto Comitê Árabe, falou para muitos jurando impregnar o solo da nossa amada pátria Israel, com a última gota do nosso sangue (sangue israelita).
A Organização para a Libertação Palestina (PLO), foi fundada em 1964, três anos antes de Israel controlar o West Bank e Gaza. E declararam que o propósito da PLO era eliminar o Estado de Israel, através da luta armada. É impossível enquadrar isto com as asserções da PLO e PA para o Ocidente, de que a rota do conflito seja por causa da ocupação israelense do West Bank e Gaza.
O West Bank e Gaza (controlados pela Jordânia e Egito de 1948 a 1967), passaram para o controle de Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, que começou quando o Egito fechou os estreitos de Tiran e as forças árabes se distribuíram ao redor de Israel para invadir e liquidar com o Estado. É importante observar que durante seus 19 anos de domínio, nem Jordânia nem Egito tinham feito qualquer esforço para estabelecer o Estado palestino naquelas terras. Justamente antes das Nações árabes se lançarem contra Israel, Hafez Assad, na época Ministro da Defesa Siria (Presidente mais tarde), declarou: “Nossas forças estão agora totalmente prontas para iniciar sua própria libertação, e para explodir a presença sionista na terra árabe. O tempo se inicia com uma batalha de aniquilação”. No começo da guerra de 1967, o presidente do Egito, Gamal Abdel Nassar, declarou: “Nosso objetivo básico é a destruição de Israel.”
Por causa da animosidade contra os judeus, muitos líderes da causa palestina tem sustentado nossos inimigos: Yasser Arafat, líder da PLO e presidente da PA, tem repetidamente apontado e matado norte-americanos. Em 1973, Arafat ordenou o assassinato de Cleo Noel, embaixador americano no Sudão. Durante a guerra fria, aliou-se à União Soviética e outros inimigos dos Estados Unidos. Em 1991, durante a Guerra do Golfo, alinhou-se com Saddan Hussein, alegando a “defesa do mundo árabe, dos muçulmanos e da liberdade humana em qualquer lugar”.
Israel tem de fato, devolvido parte das terras conquistadas durante a Guerra de 1967, e após, tem oferecido devolução em troca de paz e relações normais. As ofertas tem sido rejeitadas. Como resultado do acordo de Camp David, em 1978, quando o Egito reconheceu o direito de Israel existir, e as relações entre os dois paises foram restabelecidas, Israel devolveu o deserto do Sinai.
Arafat sempre demonstrou seus objetivos: pelo menos perante os árabes. No mesmo dia em que assinou o acordo de Oslo em 1993, quando prometeu renunciar ao terrorismo e reconhecer Israel, dirigindo-se aos palestinos na televisão jordaniana, declarou que havia dado o primeiro passo para o “plano de 1974”. Esta foi uma referencia velada de que, para os planos de 1974, nenhuma concessão israelense os demoveria da intenção de destruir Israel.
O recentemente falecido Faisal al-Husseini, porta-voz do líder palestino, fez a mesma referencia quando em 2001 declarou que o East Bank e Gaza representavam apenas 22% da Palestina, e que o processo de Oslo era “um cavalo de Tróia”. Ele se explicou: “Quando convocamos todas as nossas facções a olharem para o Acordo de Oslo, e outros acordos como temporários, ou escala de conquistas, parece que estamos emboscando e aborrecendo Israel. A vitória será a liberação da Palestina do rio até o mar, isto é, do rio Jordão até o mar mediterrâneo, toda Israel!”.
Até o momento, o Fatah, braço do PLO (braço “moderado”, fundado e controlado pelo próprio Arafat), tem como emblema oficial, todo o estado de Israel coberto por dois rifles e uma granada de mão, outro fato que desmente a reivindicação de que Arafat nada deseja além do West Bank e Gaza.
Enquanto o criticismo de Israel não é necessariamente o mesmo que anti-semitismo, isto faz pensar que a imprensa do Oriente Médio o é. Quinze anos atrás, o eminente sábio, Bernard Lewis, expressou que: “a demonização dos judeus (na literatura árabe), foi além do que tem ocorrido no Ocidente (com exceção da Alemanha nazista).Desde então, e durante todos os anos do processo de paz, a situação tem piorado. Descrições de judeus na mídia árabe e muçulmana são semelhantes aquelas dos nazistas - e aos libelos de sangue medievais - incluindo clamores de que judeus usam sangue cristão e muçulmano para preparar seus alimentos para os feriados, tornando-se proeminente e rotineiro. Um exemplo é um sermão transmitido na televisão Palestina, onde o sheik Ahmad Halabaya afirmou: “– eles, os judeus, devem ser vergastados e mortos, como Allah, o Todo-Poderoso disse: ataque-os, Allah quer torturá-los por suas mãos”. Não tem misericórdia para com os judeus, e nem negócios onde eles estão, em nenhum país. Ataquem-nos onde quer que se encontrem. Onde os encontre, mate-os.
Mais que ¾ dos palestinos aprovam os homens-bomba. É uma estatística espantosa, que, à luz dos fatos acima não surpreende.
ONGs E A AGENDA ANTI-ISRAEL
Nos últimos cinqüenta anos, as ONGs (Organizações não governamentais), focalizando em direitos humanos, tem sido influente atores políticos internacionais, em geral, e no conflito árabe-Israel, em particular. Estas organizações constituem uma extremamente rica e poderosa comunidade, que tem propagado uma agenda anti-Israel nas armações internacionais tais como a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, e a Conferência de Durban em 2001, contra o racismo. Neste e outros exemplos, incluindo as falsas acusações de “massacre” durante a operação militar israelita anti-terror em Jenin, em abril de 2002, e a representação gráfica da barreira de separação de Israel como “o muro do apartheid”, estas ONGs tem jogado um papel central. Suas reportagens, seus press realises, sua campanhas de lobby político, tem tido uma forte influência nas Nações Unidas, na mídia e Academias.
Usufruindo o efeito de uma áurea, resultado de uma apropriada retórica de direitos humanos universais, altamente particularizada, de objetivos políticos e ideológicos, a comunidade das ONGs tem também largamente evitado análises e contabilidades a respeito de suas ações.
O “efeito áurea” é baseado na história das normas de direitos humanos, iniciando-se nas Convenções e Tratados pós-Holocausto, que refletiram os horrores do genocídio e violações maciças de direitos humanos básicos. Este foi o terreno para a Convenção, na “Prevenção e Punição dos crimes de genocídio” e a “Declaração Universal de Direitos Humanos”, ambos adotados em 1948. A ênfase nestas normas cresceu continuamente, e, como Irwin Cotler observou, direitos humanos constituem a nova religião secular. A quota não é exata, mas tenho usado o recurso. Em tempos passados, forçar estas normas era visto como responsabilidade das Nações Unidas e governos individualmente. Entretanto, as organizações de cidadãos (agora referidos como sociedade civil), também se formou para tomar posse dos direitos humanos no pós-guerra, além de outras agendas, liderando a criação de uma rede de ONGs. As mais poderosas delas, a Anistia Internacional, Human Rights Watch (HRW), e a Comissão Internacional de Juristas (ICJ), dentre outras, exerce poderosa influência nas nações Unidas, na União Européia e nas capitais ocidentais. Em 1948, 69 ONGs possuíam status para consultas nas Nações Unidas. Até 2000, o número crescera para 2.000, mais do que a ênfase em direitos humanos na base de sua missão, como ficou documentado pelo Monitor de ONG.
Muito do crescimento destas ONGs, teve espaço no contexto da Guerra-fria, particularmente durante a década de 70. Grupos como a Anistia Internacional e o Helsink Watch (que mais tarde tornou-se o Human Rights Watch), foram instrumentais no processo de Helsinki, e na subsequente Conferência sobre Segurança e Cooperação na Europa ( CSCE). Eles protestaram ativamente a recusa de direitos humanos para os judeus na União Soviética e países comunistas do leste europeu, incluindo a recusa do direito para emigrar.
Até meados da década de 80, estas organizações foram atores internacionais poderosos, mas, com o advento da glasnost, Perestroika e o fim da Guerra-fria, eles precisaram encontrar novas missões para justificar sua existência e importância. Muitas descobriram o Oriente Médio e o conflito Israel-árabe, particularmente como forma de manter e sempre aumentar sua influência. Neste período, a ideologia do anticolonialismo, precursor da antiglobalização atual, veio incrementando o domínio das ONGs, em paralelo com o “corretamente político” adotado por muitos na Mídia, nas Academias e no mundo da diplomacia, especificamente na Europa. Esta ideologia aceitou no pos 1967, a narrativa pró-palestina e imagens de vitimização, enquanto taxam Israel como um agressor neocolonialista.
Muitos dos políticos radicais da década de 70, para o avanço desta onda de radicalismo político anti-Israel, vieram de figuras centrais da comunidade das ONGs. Pierre Galand, um senador socialista belga e membro líder de uma rede de ONGs que propala sua agenda na Europa e nas Nações Unidas, ganhou visibilidade pública, enquanto encabeçou a OXFAN BELGIUM, por três décadas. Oxfan é uma poderosa confederação de doze divisões espalhadas na Europa, provendo ajuda humanitária enquanto também esposa uma agenda política e ideológica, na qual os Palestinos são vistos como vítimas e Israel como agressor. A Oxfam belga notabilizou-se em 2003 após produzir um pôster anti-Israel, baseado no libelo de sangue. Galand está envolvido em muitas ONGs de diferentes políticas, e preside o Comitê Europeu de Coordenação para ONGs, na questão palestina, uma associação que coopera com as nações Unidas nos “Inalienáveis Direitos do Povo Palestino”, sediada em Bruxelas. Ele é também presidente do Fórum de ONGs e da Associação Belgo-Palestina. Usando estas plataformas para promover sua agenda política, Galand, envolvido na retórica dos direitos humanos, continua fazendo referências à guerra no Vietnam para ilustrar a evolução política daquelas comunidades.
De maneira similar, são quatro os políticos que centralizam as políticas de direitos humanos para o Oriente Médio, no Human Rights Watch, com uma agenda ideológica fortemente anti-Israel:
Kenneth Roth, que foi promotor de Justiça em Nova York, antes de ser indicado para liderar o Human Rigths Watch, tendo uma longa história de focalizar alegadas violações de direitos humanos por Israel, com a qual ele tenta esquecer a experiência do pai fugido da Alemanha nazista, em 1938, clamando que foi talhado para lutar por direitos humanos.
Roth, na sua trajetória, levou Joe Stork, que serviu por muitos anos como editor do Middle East Report, no qual possuía uma explícita agenda política fortemente influenciada contra as políticas de Israel (e USA). Stork era um membro central do Middle East Research and Information Project, descrito pela B’nai B’rith, como uma propaganda moída da esquerda que abertamente chamava para a destruição de Israel. Seus repórteres carregavam de louvores seus entrevistados, quando estes eram líderes terroristas e outros ativistas, distribuindo literatura (incluindo buttons, posters e bandeiras). Seus ataques refletiam o padrão de análise marxista antiimperialista. Stork escreveu repetidamente: “as origens do Estado de Israel e sua guerra contra o povo do Oriente Médio”. Após o assassinato dos atletas israelenses, nos jogos olímpicos de Munich, em 1972, ele lançou uma matéria, começando: “ O ocorrido em Munich ou similares, não podem criar ou substituir o movimento revolucionário das massas, mas podemos entender a realização da ação de Munich. Isto tem dado um importante empurrão moral nos palestinos refugiados.
Na Human Rights Watch, Stork trabalha com Gary Sick, um islamófilo que serviu no Conselho Nacional de Segurança durante o governo Carter e foi responsável por muitas das desastrosas políticas americanas em relação ao Irã, naquele período.
Sarah Leah Whitson, diretora executiva da divisão do HRW do Oriente Médio e do Norte da África, tem uma longa história de atividade política de oposição ao combate ao terrorismo feito por Israel no norte do Líbano, e está no board do Comitê da ordem religiosa American-Árab Anti-Discrimination, uma organização anti-Israel.
Estes exemplos e muitos outros mostram as linhas estreitas entre a agenda política radical que a comunidade de ONGs desenvolve nas últimas três décadas. Este processo se salienta mais na exploração da linguagem dos direitos humanos para promover a agenda particular política e ideológica de demonização de Israel, e o novo anti-semitismo.
AGENDAS POLÍTICAS E A ESTRUTURA DA REDE DE ONG’s
A habilidade daquelas chaves individuais da rede de ONGs, de usar estas organizações para promover políticas pessoais e objetivos ideológicos reflete seu acesso a recursos, bem como a estrutura da rede, particularmente a armação do conflito Israel-Palestina. Esta estrutura é triplicada, consistindo das mais poderosas ONGs internacionais, suas afiliadas e aliadas, e as organizações consolidadas que providenciam as ligações através de interesses em comum.
ONGs internacionais, como Anistia Internacional, Human Rights Watch, Comissão Internacional de Justiça e Oxfam são organizações globais poderosas com equiparados interesses organizacionais e capacidades. A Anistia Internacional, por exemplo, clama de seus sócios de um a meio milhão, e seu budget anual opera 30 milhões de dólares, com projetos em mais de 140 países. Human Watch jacta-se de mais de 22 milhões, e o recurso anual da Oxfam Internacional é mais que 300 milhões. Estes recursos constituem uma poderosa fundação pra manter acesso à Mídia (incluindo uma vantajosa barreira de press releases, projeção na Mídia e reportagens detalhadas), e à comunidade diplomática.
O segundo elemento na estrutura organizacional consiste de ONGs locais em regiões específicas como Miftah, Itajah, l’lam, Al Mazen, o Centro Palestino para Direitos Humanos, MOSSAWA, LAW, e outras. O número exato destas organizações é difícil de saber, mas grupos guarda-chuvas como PNGO, tem centenas de membros institucionais. Na armação política limitada da PA, e entre a dimensão árabe da sociedade israelense, aquelas ONGs são geralmente encabeçadas por indivíduos leais a PLO, que seguem suas agendas políticas. Enquanto formam uma constante corrente de alegações sobre o comportamento de Israel, eles nunca mencionam ou discutem o terrorismo palestino, corrupção ou violação de direitos humanos pela Autoridade Palestina.
O terceiro elemento é composto de entidades responsáveis pela coleta de fundos e suporte técnico para os membros individuais. Exemplos proeminentes são a Fundação Ford, a Comissão Internacional de Juristas, a Ajuda Cristã, o Projeto de Advocacia, o Fundo Nova Israel, e a rede de direitos humanos Euro-Mediterrâneo. Corpos governamentais, incluindo agencia de auxilio, como a Agencia Internacional Canadense de Desenvolvimento, USAID , e a britânica e escandinava similares, bem como alocações de Ministério do Exterior nacionais, representam importantes supridores de fundos para as ONGs individuais, tanto em grau local como internacional.
CONCLUSÃO
Como se expressou Tony Blair, Primeiro Ministro da Inglaterra, ao convocar para um encontro em Londres, lideranças árabes e representantes da ONU, de países europeus como a França, Condoleezza Rice, secretária de estado norte-americana, e autoridades do Banco Mundial: “Esta é uma ocasião rara que devemos aproveitar ao máximo para criar estratégias que cominem num acordo efetivo de paz no Oriente Médio”. O objetivo do encontro é dar suporte à Palestina para que possa transitar segura pelo caminho da paz, além de ter a chance de criar um estado independente.
Acusados de corrupção e incompetência, as lideranças palestinas da era Arafat deverão ser descartadas e substituídas por tecnocratas e pessoas determinadas a organizar o futuro estado palestino.
De acordo com entrevista dada por Mahmoud Abbas, ao jornal londrino “The Independent”, a reunião de Londres deve promover um acordo de paz entre a Palestina e Israel, que goze de credibilidade.
Israel não se fez representar naquele encontro. Entretanto, deixou claro que espera que o objetivo maior da conferência seja um combate efetivo ao terrorismo.
Vale alertar que apenas a boa vontade de um novo líder não mudará o comportamento de gerações palestinas e de outros povos árabes educados no ódio contra Israel.
Que Deus ilumine e proteja Israel!