Israel ajuda Taiwan na defesa contra a agressão chinesa
THE EPOCH TIMES
21.08.2024 por Patricia Adams e Lawrence Solomon
Tradução: César Tonheiro
Desde 7 de outubro, a China comunista sob seu líder Xi Jinping intensificou sua retórica pró-Hamas e anti-israelense na mídia e nas Nações Unidas, consistente com seu objetivo geopolítico de se estabelecer como líder do Sul Global.
Mas a demonização de Israel pela China também promove uma prioridade doméstica muito maior para Xi – a subjugação de Taiwan, da qual depende grande parte de sua reputação.
Se a China invadir Taiwan, ambos os lados sofrerão perdas catastróficas, mas Taiwan poderá perseverar, dizem analistas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, RAND e da Força Aérea dos EUA usando modelos de jogos de guerra. O fator decisivo na derrota da China, preveem os analistas, seria a tecnologia de drones, talvez aumentada pelo tipo de armas que alguns dizem que Taiwan está desenvolvendo secretamente com Israel.
Pouco se sabe e menos se admite sobre a aliança militar entre os dois países. Embora Taiwan negue sua colaboração, muitos consideram os laços entre os dois inconfundíveis. O drone assassino Chien Hsiang de Taiwan de 2017 — loitering munition ("munição vagante") [também conhecida como drone suicida ou drone kamikaze, uma categoria de sistema de armas em que a munição perambula ao redor da área de destino por algum tempo] — é virtualmente idêntica em forma e função à Harpia, a munição vagante revolucionária de Israel. Versões avançadas do Chien Hsiang incorporaram recursos vistos no Harop [vídeo], o drone atualizado de Israel.
Esses drones, que podem ser produzidos de forma relativamente barata e em grande número, são drones suicidas, capazes de mirar em radares, afundar pequenas embarcações inimigas e enxamear, cegar e desativar grandes navios chineses, evitando ataques anfíbios na costa de Taiwan.
A possibilidade de Taiwan e Israel estarem cooperando em outros campos militares deve fazer a China parar, especialmente porque o ataque do Irã em 14 de abril a Israel, envolvendo mais de 300 mísseis e drones, teve uma taxa de falha de 99% +. A China não gostaria de correr o risco de que Taiwan, auxiliada pela tecnologia israelense de defesa antimísseis, pudesse neutralizar uma barragem semelhante à da China.
Ao longo de décadas, a China imaginou que Israel seria útil para ela. Em meados de 2000 os Estados Unidos persuadiram Israel a cancelar a venda do Phalcon para a China, um sistema avançado de alerta aéreo antecipado, e a se abster de vender à China outros bens militares estratégicos, entrementes a China estava se beneficiando de suas compras militares cada vez maiores de Israel.
A utilidade econômica de Israel para a China também diminuiu. Desde 2020, devido à preocupação com o papel descomunal da China na construção e possivelmente controle da infraestrutura israelense, Israel estabeleceu um regulador de investimento estrangeiro para reduzir severamente a capacidade da China de ganhar licitações em projetos de infraestrutura.
Juntamente com o fracasso de Israel em ajudar a China, está o potencial de Israel para prejudicar a China. Se uma guerra Irã-Israel eclodir, uma derrota iraniana poderia derrubar os mulás e devolver o Irã ao campo ocidental, custando à China um aliado militar estratégico e um importante fornecedor de energia.
Em suma, a China tem pouco a perder e muito a ganhar se Israel deixar de existir.
A China, apesar de suas relações militares e econômicas periódicas com Israel, nunca foi amiga de Israel. Mao Zedong comparou Israel a Taiwan porque ambos tinham laços com os Estados Unidos, dizendo: "O imperialismo tem medo da China e dos árabes. Israel e Formosa [Taiwan] são bases do imperialismo na Ásia." Para apoiar a causa árabe anti-Israel, Mao armou a Organização para a Libertação da Palestina e outras organizações palestinas em seus ataques contra Israel.
A China foi o primeiro país não árabe a reconhecer a Organização para a Libertação da Palestina. Na ONU, a China tem sido uma firme opositora de Israel e apoiadora de seus inimigos, inclusive apoiando a Resolução 3379 da Assembleia Geral da ONU, que equiparou o sionismo ao racismo e sujeitou Israel a críticas sem precedentes.
Para Xi, que se apresenta como o sucessor ideológico de Mao, Israel é uma maldição. Ao lado dos Estados Unidos, Israel tem sido o maior fornecedor militar de Taiwan e muitas vezes um fornecedor mais confiável. Em 1975, quando os Estados Unidos, sob pressão da China, se recusaram a vender mísseis Sidewinder de Taiwan, Israel forneceu a Taiwan mísseis antiaéreos e antinavio. Quando os Estados Unidos se recusaram a fornecer caças a Taiwan, Taiwan colaborou com Israel para atualizar uma frota doméstica. Os satélites espiões de Israel também estão a serviço de Taiwan, permitindo a detecção de todas as bases de lançamento de mísseis que potencialmente ameaçam Taiwan.
Xi e o Partido Comunista Chinês sabem que, em uma invasão de Taiwan, Israel pode ser a diferença entre a vitória e a derrota. Como Israel está entre a China e Taiwan, os líderes comunistas chineses entendem que Israel deve ser neutralizado primeiro, ou destruído, antes que Xi possa ameaçar Taiwan com a conquista se ela se recusar a ser subjugada.
As opiniões expressas neste artigo são opiniões dos autores e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.
Patricia Adams é economista e presidente da Energy Probe Research Foundation e da Probe International, um think tank independente no Canadá e em todo o mundo. Ela é editora dos serviços de notícias da Internet Three Gorges Probe e Odious Debts Online e autora ou editora de vários livros. Seus livros e artigos foram traduzidos para chinês, espanhol, bengali, japonês e bahasa indonésio. Ela pode ser contatada em patriciaadams@probeinternational.org