Tradução: Heitor De Paola
Matt Gaetz, ex-congressista e primeira escolha de Donald Trump para procurador-geral, afirma que Israel está tentando persuadir os EUA a entrar em uma guerra de mudança de regime no Oriente Médio. Muitos que se unem sob a bandeira da América em Primeiro Lugar, incluindo a Deputada Marjorie Taylor Greene (Republicana da Geórgia), concordam com ele, embora o presidente Trump tenha afirmado em termos inequívocos que "AMERICA FIRST significa muitas coisas GRANDES, incluindo o fato de que o IRÃ NÃO PODE TER UMA ARMA NUCLEAR. FAÇAM A AMÉRICA GRANDE NOVAMENTE!!!"
Em seu programa na OAN, Gaetz exibiu um clipe de 2002 de Benjamin Netanyahu alertando que Saddam Hussein estava desenvolvendo armas nucleares e garantindo que o Oriente Médio seria mais seguro para todos se Saddam fosse removido do poder. Obviamente, Netanyahu estava perigosamente errado sobre isso, e ninguém jamais afirmou que o primeiro-ministro israelense era infalível, mas Gaetz argumentou que Netanyahu nos conduziu pelo caminho da flor da primavera para a guerra com o Iraque na época, e agora estava fazendo o mesmo com o Irã.
Greene então acrescentou que Israel atacou o Irã primeiro; ela parece desconhecer ou ser indiferente ao fato de que o Hamas, que começou o conflito assassinando brutalmente 1.200 israelenses em 7 de outubro de 2023, é um representante do Irã, assim como o Hezbollah e os Houthis, os outros principais grupos que travam a jihad contra Israel atualmente.
Uma omissão notável na apresentação de Gaetz foi que, longe de se afastar de seus princípios de "América em Primeiro Lugar", Trump tem sido consistente há dez anos em sua determinação de impedir que o Irã obtenha armas nucleares. Em seu primeiro discurso como político, ao anunciar sua candidatura à presidência em 16 de junho de 2015, Trump disse : "Impedirei o Irã de obter armas nucleares".
Gaetz também ignorou o fato de que não é apenas Netanyahu quem afirma que o Irã está tentando obter armas nucleares. Em um relatório de 31 de maio de 2025, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de fiscalização nuclear da ONU, declarou que "o aumento significativo da produção e do acúmulo de urânio altamente enriquecido pelo Irã, o único Estado sem armas nucleares a produzir tal material nuclear, é motivo de séria preocupação".
A Deutsche Welle noticiou no domingo que, segundo a AIEA, o Irã "acumulou mais de 400 quilos de urânio enriquecido a 60%. Esse nível de enriquecimento excede em muito o necessário para a produção de energia civil — e se aproxima do nível de material para armas".
O relatório da AIEA também lamentou o fato de o Irã ter impedido a AIEA de realizar todas as suas atividades de monitoramento dentro do país. Por que um país que não tinha nada a esconder e não estava desenvolvendo armas nucleares se comportaria dessa maneira, quando não é preciso pensar muito para perceber que essa cautela só desperta suspeitas que podem envolvê-lo em um conflito global?
A ONU não é amiga de Israel; o item 7 da pauta de todas as reuniões do Conselho de Direitos Humanos da ONU foca nos supostos abusos cometidos pelo Estado judeu contra árabes palestinos. Por que uma organização tão hostil a Israel teria seu órgão de fiscalização nuclear repetindo propaganda favorável a Israel? É muito mais provável que o regime iraniano esteja realmente trabalhando para obter armas nucleares. O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, afirmou que o programa nuclear iraniano representa uma "ameaça existencial" não apenas para Israel, mas também para a Europa.
Mas será que o Irã representa uma ameaça aos EUA? Ele afirma que sim. Em um discurso televisionado nacionalmente em 1º de novembro de 2023, o aiatolá Khamenei declarou : “A situação entre os Estados Unidos e o Irã é esta: quando vocês gritam ‘Morte à América!’, não é apenas um slogan – é uma política.” É uma política de longa data também: em 2 de novembro de 2015, uma maioria esmagadora do Majlis, 192 de seus 290 membros, concordou com a declaração de que “Morte à América”, que continuava a ser entoada em todas as orações de sexta-feira nas mesquitas iranianas, bem como em protestos antiamericanos, havia “se transformado no símbolo da República Islâmica e de todas as nações em dificuldades”.
Em 23 de setembro de 2015, dois meses após a finalização do acordo nuclear de Obama, Khamenei publicou um artigo intitulado "Os Ídolos Serão Despedaçados", ilustrado com um desenho da Estátua da Liberdade despedaçada. Nele, ele declarou : "O ídolo da alma, o ídolo do orgulho, [e] o ídolo da luxúria sexual; o ídolo da tirania e da subserviência; o ídolo da tirania global [isto é, os EUA]; o ídolo da preguiça e da irresponsabilidade; e os outros ídolos que envergonham a preciosa alma humana — um plano que brotará das profundezas do coração os destruirá."
Os americanos seriam ingênuos se descartassem tudo isso como fanfarronice vazia. O enriquecimento nuclear do Irã demonstra o contrário. O regime islâmico iraniano continuará trabalhando para destruir os Estados Unidos, a menos que seja interrompido. Pode ser interrompido em breve.
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