Legisladores dos EUA pedem à SEC que retire empresas ligadas ao PCC
Essas empresas "são instrumentos da estratégia mais ampla do Partido Comunista Chinês para minar os interesses dos EUA", disse o deputado John Moolenaar
06.05.2025 por Frank Fang
Tradução: César Tonheiro
Um grupo de legisladores republicanos está pedindo à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) que retire algumas empresas chinesas, incluindo a PDD Holdings, proprietária da varejista online chinesa de baixo custo Temu, dizendo que seus laços com o Partido Comunista Chinês (PCC) colocam em risco a segurança nacional dos EUA.
Liderados pelo deputado John Moolenaar (R-Mich.), presidente do Comitê Seleto da Câmara sobre o PCC, e pelo senador Rick Scott (R-Fla.), presidente do Comitê Especial do Senado sobre Envelhecimento (Saúde e Previdência), os legisladores enviaram uma carta ao presidente da SEC, Paul Atkins, em 2 de maio, nomeando 20 empresas chinesas que sua agência deveria começar a fechar.
"Essas empresas não são apenas entidades comerciais; elas são instrumentos da estratégia mais ampla do Partido Comunista Chinês para minar os interesses dos EUA", disse Moolenaar em um comunicado. "A SEC deve agir de forma decisiva para proteger os investidores americanos e a segurança nacional."
Os legisladores disseram que não forneceram uma "lista exaustiva" ao nomear as empresas.
"Isso reflete apenas um subconjunto de empresas sediadas na RPC acessando o capital dos EUA enquanto servem a uma ditadura genocida e nosso principal rival geoestratégico", escreveram os legisladores.
Os legisladores explicaram que as 20 empresas compartilhavam uma ou mais das mesmas características: ter sido submetida a restrições do governo dos EUA, manter mecanismos ocultos do Partido, apoiar secretamente aplicações militares chinesas e estar conectada ao trabalho escravo.
Em relação às restrições do governo dos EUA, a carta nomeou a empresa de soluções de detecção e alcance de luz (LiDAR) Hesai, a fintech Qifu Technology, a empresa de streaming de música Tencent Music e a empresa fotovoltaica Daqo New Energy.
A empresa-mãe da Tencent Music, Tencent Holdings, a empresa-mãe da Qifu Technology, Qihoo 360, e a Hesai estão na lista do Pentágono de empresas militares chinesas.
O Departamento de Comércio dos EUA colocou a Daqo New Energy em sua lista de entidades em junho de 2021 devido a alegações de trabalho forçado na região de Xinjiang, no extremo oeste da China.
As 20 empresas também incluem o conglomerado chinês Alibaba Group Holding, a plataforma de varejo online JD.com, o mecanismo de busca Baidu, a plataforma de mídia social Weibo, a fabricante de veículos elétricos Zeekr e a empresa de direção autônoma WeRide.
De acordo com a carta, o Alibaba tem um comitê partidário dentro da empresa, e sua divisão de nuvem trabalha com duas empresas militares chinesas designadas pelo Pentágono, a Global Tone Communication Technology e a China North Industries Group Corporation. Além disso, o Alibaba criou tecnologia de reconhecimento facial para identificar uigures étnicos e desempenhou um papel nas vendas de produtos associados ao trabalho forçado.
A Zeekr tem uma fábrica inteligente "servindo como base de treinamento e propaganda do PCC para educação ideológica, preparação de carreira e integração universidade-empresa", afirma a carta. Além disso, a Zeekr está ligada à fusão civil-militar da China e vendeu mais de 1.000 sedãs para o Exército Popular de Libertação.
O Departamento de Estado dos EUA afirma em seu site que a China quer se tornar a primeira nação a fazer a transição para a "guerra de inteligência" por meio da fusão civil-militar, uma estratégia que inclui roubo para adquirir tecnologias avançadas, como computação quântica, inteligência artificial, tecnologia aeroespacial, semicondutores e big data.
"Sob o modelo de fusão civil-militar de Pequim, dados, capital, hardware e pesquisa — não importa o quão comercial seja na superfície — são aproveitados para fins estatais nefastos", escreveram os legisladores. "Esses propósitos incluem vigilância, repressão e, no caso de um conflito militar, operações destinadas a derrotar os militares americanos e matar nossos militares.
"A SEC pode — e deve — agir."
Os legisladores disseram que a SEC tinha a autoridade necessária sob a Lei de Responsabilidade de Empresas Estrangeiras para "interromper a negociação e obrigar a exclusão suspendendo ou revogando o registro de títulos de empresas chinesas que não protegem adequadamente os investidores americanos".
Em 7 de março, havia 286 empresas chinesas listadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), Nasdaq e NYSE American, de acordo com a Comissão de Revisão Econômica e de Segurança EUA-China.
Outros legisladores que assinaram a carta incluem os deputados Rob Wittman (R-Va.), Andy Barr (R-Ky.), Darin LaHood (R-Ill.), Gus Bilirakis (R-Fla.), Dan Newhouse (R-Wash.), Ashley Hinson (R-Iowa), Nathaniel Moran (R-Texas) e o senador Jim Justice (R-W.Va.).
Frank Fang é um jornalista baseado em Taiwan. Ele cobre notícias dos EUA, China e Taiwan. Ele possui mestrado em ciência dos materiais pela Universidade de Tsinghua, em Taiwan.
https://www.theepochtimes.com/china/us-lawmakers-urge-sec-to-delist-ccp-linked-companies-5853323