Milícias apoiadas pelo Irã no Iraque ameaçam ativar centenas de homens-bomba contra os EUA e seus aliados no Oriente Médio e atacar a instalação nuclear de Israel
MIDDLE EAST MEDIA RESEARCH INSTITUTE - Relatório - 12 Junho, 2025
Em meados de junho de 2025, a tensão aumentou entre o Irã e os EUA e Israel, entre outras razões devido a um aparente impasse nas negociações entre os EUA e o Irã sobre um acordo nuclear, trocas de ameaças e acusações entre os dois países e numerosos relatos na mídia árabe e ocidental sobre a evacuação de pessoal diplomático e militar americano da região do Oriente Médio após o que autoridades americanas descreveram como "riscos de segurança elevados". [1]
Nesse contexto, altos membros das milícias apoiadas pelo Irã no Iraque ameaçaram que, se a guerra eclodisse, elementos americanos na região seriam atacados por "centenas de homens-bomba", os EUA e seus "agentes" seriam expulsos do Oriente Médio, e o reator nuclear de Dimona, no sul de Israel, seria atacado.
Em 11 de junho de 2025, a recém-formada milícia xiita iraquiana, Brigadas Awliya' Al-Haqq, compartilhou uma fotografia em seu canal do Telegram que mostrava sete homens armados e mascarados, com rostos digitalmente desfocados, posando com o logotipo da milícia, um modelo de drone e fotografias de membros antigos e atuais do eixo de resistência, entre eles o comandante da Força Quds do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica Iraniana (IRGC), Qassem Soleimani, o vice-chefe das Unidades de Mobilização Popular (UMP) do Iraque, Abu Mahdi Al-Muhandis, e o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah. O texto que acompanhava a fotografia dizia: " O reator [nuclear] em Dimona não está longe dos golpes dos mujahideen." [2] No dia seguinte, a milícia compartilhou outra fotografia que retratava um homem armado e mascarado, o logotipo da milícia e o texto em inglês: "Ó inimigo sionista, seremos a sombra que te segue a cada passo ." [3]
Após as postagens compartilhadas pelas Brigadas Awliya' Al-Haqq, em 12 de junho, o site de notícias Al-Ain, sediado nos Emirados Árabes Unidos, citou "uma fonte militar no aparato de segurança nacional iraquiano" que disse que o primeiro-ministro iraquiano, Muhammad Shia' Al-Sudani, havia instruído o aparato de inteligência nacional e o aparato de segurança nacional a monitorar os movimentos dos agentes da milícia e considerá-los "uma ameaça à segurança nacional do Iraque" e a ameaça contra Israel como constituindo "uma violação flagrante da política iraquiana de se abster de envolver o Iraque em quaisquer conflitos externos ou [permitir] ataques de seu território a outros países". A fonte observou que os aparatos de segurança iraquianos começaram a reunir informações sobre a milícia mencionada.
O site também informou que, de acordo com as informações recebidas, as Brigadas Awliya' Al-Haqq são uma das milícias afiliadas ao movimento iraquiano Al-Nujaba, apoiado pelo Irã, que é liderado pelo "clérigo extremista iraquiano" Akram Al-Ka'abi e que, segundo o site, é diretamente apoiado pela força Al-Quds do IRGC. [4]
É de salientar neste contexto uma ameaça feita por Al-Ka'abi contra os EUA e Israel a 7 de Junho de 2025, na qual escreveu que a "paciência da milícia se esgotou" devido às acções contínuas de Israel na Faixa de Gaza, apoiadas pelos EUA [5]

Em 12 de junho de 2025, Abu Alaa Al-Wala'i, chefe da milícia iraquiana Sayyed Al-Shuhada Brigades, apoiada pelo Irã, publicou uma mensagem em suas contas no X e no Telegram que dizia: "Se a guerra eclodir, centenas de homens-bomba estarão a postos e a arrogância americana será mais uma vez humilhada, como já foi humilhada no Iraque na primeira vez, quando partiu derrotada. E então nenhum resquício dela ou de seus agentes permanecerá no Oriente Médio, e os regimes que se abrigaram à sombra da ocupação cairão. E então será a vitória de Alá e de seus servos leais." [6]