Empresas chinesas ligadas ao PCC estão explorando créditos fiscais dos EUA para se infiltrar em setores críticos, e um novo projeto de lei da Câmara não consegue impedir isso. O Senado intervirá?
A junta do Partido Comunista Chinês em Pequim clama por ainda mais acesso aos mercados de capitais dos Estados Unidos, o centro financeiro do mundo. Mas esse acesso traz riscos materiais para o nosso país.
Primeiro, compromete nossa base industrial, pois ameaças de espionagem e sabotagem acompanham essas aquisições e fluxos de capital. Por exemplo, na semana passada, a Reuters noticiou que rádios celulares e dispositivos de comunicação não identificados foram encontrados em baterias, carregadores de veículos elétricos e painéis solares chineses que já estão nos Estados Unidos.
Em segundo lugar, conceder acesso aos mercados dos EUA confere legitimidade e poder financeiro a um dos regimes mais brutais e repressivos do planeta, que se torna cada vez mais contundente em sua postura antiamericana. Os Estados Unidos não deveriam financiar um inimigo.
Apesar desses avisos claros, a República Popular da China, com a ajuda do governo Biden, governadores democratas e membros do Congresso, estabeleceu posições no emergente setor de baterias para veículos elétricos dos Estados Unidos.
A Gotion, uma empresa com laços profundos com o Partido Comunista Chinês, começou a construir fábricas em Michigan e Illinois, apesar da forte resistência local. No ano passado, o presidente Trump escreveu no Truth Social que as fábricas da Gotion "colocariam os moradores de Michigan sob o jugo do Partido Comunista Chinês em Pequim".
A CATL, empresa designada pelo Pentágono como "Empresa Militar Chinesa", está trabalhando com a Ford em Michigan e também possui presença em vários outros estados. O Secretário de Estado e Conselheiro de Segurança Nacional em exercício, Marco Rubio, tentou anteriormente bloquear a fábrica da CATL em Michigan, escrevendo que a instalação "apenas aprofundará a dependência dos EUA do Partido Comunista Chinês para tecnologia de baterias". Ele também destacou os "laços da empresa com o trabalho forçado e com Xinjiang" e instou o Departamento de Segurança Interna a adicionar a CATL à Lista de Entidades da Lei de Prevenção ao Trabalho Forçado Uigur, o que colocaria seus produtos na lista negra dos Estados Unidos.
O presidente Trump e o secretário Rubio estão certos — mas mesmo com os republicanos no controle de Washington, esses agentes maliciosos continuam a operar nos EUA. Agora, o novo projeto de lei de reconciliação, considerado o " Big Beautiful Bill " (Grande e Belo Projeto de Lei), acaba de ser aprovado na Câmara — e não consegue corrigir as brechas criadas pela Lei de Redução da Inflação (IRA) do governo Biden. À medida que essa legislação avança para o Senado, ela deixa a janela aberta para que empresas chinesas se beneficiem de enormes créditos fiscais dos EUA, especificamente o Crédito de Produção Avançada de 45x, um programa de incentivo sem limite para determinados projetos de manufatura.
A menos que o Senado tome medidas para corrigir essa legislação, o contribuinte americano será responsável por financiar nosso principal adversário. Embora as empresas chinesas não possam receber créditos fiscais por conta própria, elas podem facilmente contornar essas restrições estabelecendo joint ventures ou aproveitando projetos que licenciem tecnologia chinesa para receber créditos fiscais por pelo menos mais dois anos.
Atualmente, o projeto de maior destaque que se beneficiaria desses créditos é o BlueOval Battery Park Michigan da Ford, que conta com a tecnologia de baterias da CATL. Segundo esse acordo, a Ford pagará à CATL para licenciar sua tecnologia e serviços operacionais para a usina.
Segundo o projeto de lei aprovado pela Câmara, empresas americanas que recebem "assistência material" de entidades estrangeiras proibidas, como a CATL, permanecerão elegíveis para receber créditos fiscais de 45X por pelo menos dois anos. A Ford ainda não divulgou os detalhes desse acordo, apesar das ameaças de intimação do Congresso, portanto, o povo americano ainda não tem ideia de quanto de seus dólares fluirá para Pequim.
A Ford se comprometeu com este projeto — apesar das claras ameaças econômicas e à segurança nacional. A Ford ignora o Departamento de Defesa dos EUA, que já proibiu a aquisição de baterias da CATL, Gotion e outras quatro empresas chinesas.
Então, o Senado protegerá os Estados Unidos? Será que o Senado impedirá os esforços maliciosos da China para dominar as tecnologias críticas dos Estados Unidos?
Como primeiro passo, o Senado deve impor a não concessão de créditos fiscais dos EUA a nenhuma empresa afiliada à RPC. Nenhum. Além disso, o Senado deve impedir que empresas da RPC se infiltrem ainda mais na base industrial americana e impedir que empresas americanas trabalhem internamente com qualquer empresa listada pelo Departamento de Defesa como uma Empresa Militar Chinesa ou que seja considerada uma entidade estrangeira de interesse.
Desde que assumiu a vida pública, o presidente Trump elevou a ameaça que a China representa para os Estados Unidos. Ele mudou o paradigma da forma como os americanos pensam sobre o regime chinês. Neste novo mandato na Casa Branca, ele pode usar todas as ferramentas do poder americano para enfrentar essa ameaça chinesa e garantir a prosperidade e a segurança dos Estados Unidos por muito tempo.