O avô pró-sionista de Assad e a traição dos alauitas
3 de setembro de 2013 Por Eugene Girin
Tradução e Comentários: Heitor De Paola
De 1920 a 1936, os alauítas da Síria desfrutaram de seu próprio estado autônomo separado na Síria governada pela França. Primeiro, era conhecido explicitamente como o Estado Alauíta e de 1930 a 1936, como Governadoria de Latakia. Em resposta à pressão da maioria sunita, a França dissolveu o estado dos alauítas e o incorporou à força às áreas dominadas pelos sunitas.
Nem é preciso dizer que os alauitas (assim como os cristãos e os drusos) ficaram horrorizados com a rendição da França aos muçulmanos sunitas e imploraram às autoridades mandatárias para protegê-los. Em neco assustador da situação atual na Síria, 450.000 alauitas, drusos e cristãos assinaram uma carta às autoridades francesas, parte da qual afirmava:
“Os 'Alawis acreditam que são humanos, não bestas prontas para o abate. Nenhum poder no mundo pode forçá-los a aceitar o jugo de seus inimigos tradicionais e hereditários para serem escravos para sempre….”
O jornal liberal israelense Haaretz citou recentemente parte de outra carta, enviada por líderes alauitas ao primeiro-ministro francês Leon Blum em 1936. A rendição francesa às demandas árabes muçulmanas foi influenciada pela revolta sangrenta de muçulmanos na Palestina governada pelos britânicos, liderada pelo futuro aliado de Hitler Haj Amin Al-Husseini. Os alauitas fizeram alusão à revolta sangrenta em seu apelo ao judeu Blum:
“A condição dos judeus na Palestina é a evidência mais forte e explícita da militância da questão islâmica em relação àqueles que não pertencem ao islamismo. Esses bons judeus contribuíram para os árabes com civilização e paz, espalharam ouro e estabeleceram prosperidade na Palestina sem prejudicar ninguém ou tomar nada à força, mas os muçulmanos declararam guerra santa contra eles e nunca hesitaram em massacrar suas mulheres e crianças, apesar da presença da Inglaterra na Palestina e da França na Síria.”
“Portanto, pedimos que vocês considerem o destino horroso e terrível que aguarda os alauitas se eles forem forçados a serem anexados à Síria, quando ela estará livre da supervisão do Mandato, e estará em seu poder implementar as leis que derivam de sua religião.”
Um dos seis signatários da carta foi Sulayman Assad, pai de Hafez e avô de Bashar.
Claro, os apelos desesperados dos alauitas caíram em ouvidos moucos. E a partir daí, seus líderes perceberam que não podiam mais contar com o Ocidente, mas tinham que usar a influência e a riqueza de sua comunidade unida para tomar o poder na Síria, o que finalmente aconteceu na década de 1960. A resposta brutal e inflexível do regime dominado pelos alauitas à violenta revolta sunita de Hamas em 1982 decorre do entendimento dos alauitas de que eles nunca poderiam esperar qualquer trégua de seus "inimigos tradicionais e hereditários".
É irônico que a França, ao se preparar para atacar a Síria em nome dos rebeldes islâmicos, esteja repetindo exatamente a mesma traição aos alauitas — o grupo mais pró-francês no Oriente Médio, exceto os maronitas — como na década de 1930.
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