HEITOR DE PAOLA 20/09/2012
Os esquerdistas, incluindo os que são Judeus, os antissemitas de todos os matizes, como o grupo BDS (Boicote, Desinvestimento & Sanções) e os muçulmanos costumam alardear que o Estado de Israel cultiva o apartheid. Grande parte da população brasileira não tem informações reais sobre o sistema político israelense e acredita piamente nesta mentira. A historiadora Maria Luiza Tucci, Diretora do arquivo Virtual Arqshoah Holocausto e Antissemitismo, do Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da USP afirma que o antissemitismo ainda é muito forte na população brasileira. A meu ver isto não apenas é verdade como tem se intensificado devido à ininterrupta propaganda antissionista e pró-Palestina e o predomínio da total ignorância sobre a verdadeira situação no Oriente Médio, agravada pelo cego apoio dos governos brasileiros de esquerda desde 1994 a uma suposta ‘causa palestina’.
Bandeiras da ‘Palestina’ tremulam em todas as manifestações de esquerda, Lula visitou o Oriente Médio esnobando Israel, a diplomacia brasileira apoia o Irã e sua pretensão a armamentos nucleares e seu ódio aos Judeus aos quais promete um novo Holocausto. O Brasil vota sistematicamente contra Israel nos foros internacionais, inclusive apoiando a Declaração de Durban de que o ‘Sionismo é uma forma de racismo’. O governo Dilma seguiu os passos de Lula se aliando a Ahmadinejad através de Chávez e Morales. A Venezuela é provavelmente a maior cabeça de ponte Islâmica na América do Sul.
Isto já vem de longa data: no governo Figueiredo o Brasil fechou acordos bilionários com o então ditador do Iraque, Saddam Hussein. Cargueiros 747 da Iraqi Airways visitavam semanalmente o aeroporto de Viracopos, então exclusivamente cargueiro, permanecendo longe do terminal em missões obviamente secretas e pelo menos duas vezes decolaram do Centro Tecnológico da Aeronáutica em São José dos Campos, na época comandado pelo Brigadeiro Sérgio Xavier Ferola, levando segundo a Isto É Dinheiro, urânio das minas de Poços de Caldas. Um comércio, mediado pelo Embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima e comandado pelo Brigadeiro Hugo de Oliveira Piva que chegou a $30 bilhões de dólares. Então era Saddam, e não o Irã, que exigia os votos sistemáticos contra Israel para fazer negócios.
Em 2007 o Brigadeiro Ferola era Presidente do Centro de Estudos Estratégicos Sul-americanos e, segundo Graça Salgueiro, ‘entre 27 e 29 de outubro do ano passado (2006) seu Ferolla participou de um encontro fundacional do Bloco Regional de Poder Popular, na Bolívia do cocalero castro-comuno-chavista Evo Morales, cujo título era "Primeiro Encontro de Povos e Estados pela Libertação da Pátria Grande". Observe-se que não se discutia a soberania dos Estados Nacionais mas de uma só pátria, indivisa, pois o objetivo deste Bloco é o fim dos Estados Nacionais e a criação da "Pátria Grande". Faz todo sentido! É a Großdeutschland, a РОДИНА (Ródina), a Mãe Pátria de Todas as Rússias, o Grande Califado!
Não haja dúvida também que uma interpretação ‘caolha’ da Bíblia tem colocado muitos Cristãos contra os Judeus, e vice-versa. Enquanto os dois grupos não se entendem os inimigos da Civilização Ocidental, indubitavelmente judaico-cristã, comunistas, fascistas e muçulmanos – estes os mais importantes no momento – vão ceifando vidas dos dois lados em seus selvagens ataques a Israel e aos países ocidentais. O status quo obtido com governos Árabes pragmáticos vem sendo sistematicamente destruído por uma “primavera” que já se transformou num inferno americano, o que é bem feito por terem escolhido o atual Presidente e ameaça se espalhar para Israel se o último, da Síria, cair, cercando o País de fronteiras inimigas.
COMO É O APARTHEID JUDEU?
A situação política dentro do Estado de Israel é bem diferente de um apartheid. No Knesset (Parlamento) existem parlamentares Árabes, pois o sistema jurídico israelense defende intransigentemente a liberdade de expressão num grau de causar inveja aos brasileiros tomados por proibições de toda sorte baseada numa linguagem corrompida pelo ‘politicamente correto’. Aqui, o judiciário vergonhosamente apoia esta Newspeak - e mais, utiliza-a sem pejo! Se estamos longe da liberdade que os Judeus gozam em sua terra, imaginem os países islâmicos onde impera a intolerância e existe sim apartheid. Num dos países mais afetados pela invasão Muçulmana, a Inglaterra, o British Museum exibia em fevereiro deste ano uma mostra a respeito do Hajj, peregrinação a Meca, com um intenso sabor de propaganda. Na foto 1, na Arábia Saudita, a direção Arafat-Meca (Makkah) é proibida para não Muçulmanos. A presença de não muçulmanos em Meca ou Medina é punida com a morte. Imagine-se Roma proibida a não Cristãos ou Kyoto a não xintoístas ou o Ganges a não Hinduístas!
Para tentar desmistificar esta questão, se é que isto é possível já que o sentimento antissionista impera na mídia chapa branca, única fonte de informações da maioria da população, citarei duas reportagens da última edição (#115 - 09/2012) do jornal Visão Judaica com o qual tenho a honra de colaborar mensalmente. Antes chamo a atenção para o vídeo que publiquei no meu Blog sobre a mensagem de Rosh Hashaná das Forças de Defesa de Israel (Tzahal): notem a diversidade de pessoas e sotaques.
DOIS EXEMPLOS DE COMO SE DÁ A “DISCRIMINAÇÃO” EM ISRAEL
1. O atual Comandante do Batalhão de Reconhecimento no Deserto das Forças de Defesa (Tzahal), o Tenente-Coronel Wahid Al-Huzeil, negro e muçulmano, é um herói condecorado que atuou decisivamente na frustração do ataque de terroristas no Sinai no último dia 5 de agosto. Anteriormente, em 2008, ainda como Sub-Comandante do Btl. foi condecorado pelo Estado Maior por sua atuação bem sucedida na mesma área, no cruzamento do Kibbutz Kerem Shalom. Al-Huzeil declarou: ‘Ficamos atentos aguardando e identificamos um veículo que acabou explodindo ao cruzar a fronteira. Tentamos capturar o segundo blindado e durante a operação trabalhamos em conjunto com as Forças Armadas e a Força Aérea. Finalmente conseguimos capturar o veículo, eliminando os terroristas e impedimos que atacassem e causassem baixas às nossas forças ou a civis inocentes’.
2. O novo Embaixador de Israel em Oslo, Ishmael Khaldi é Beduíno e Muçulmano e seu braço direito é um Cristão Árabe. Foi o primeiro Beduíno Vice-Cônsul e agora como Embaixador é o Muçulmano mais graduado do Ministério das Relações Exteriores. Nasceu em 1971 em Khawaled, uma aldeia próxima a Haifa tendo vivido até aos 8 anos numa tenda, cuidando de ovelhas. Os laços de sua família com os vizinhos Judeus datam da década de 20 quando chegaram os primeiros colonos Sionistas. É através desta aliança com Israel que seu povo está transcendendo o isolamento criado por suas tradições nômades.
Hoje é Bacharel em Ciências Políticas pela Universidade de Haifa e tem um Mestrado em Ciências Políticas e Relações Internacionais pela Universidade de Tel Aviv, foi policial, militar e analista político para a Tzahal.
Khaldi lançou um projeto chamado ‘Caminhando e Aprendendo com os Beduínos da Galiléia’ que levou milhares de jovens Judeus a Khawaled para conhecer a história e a cultura Beduína.
Árabes Cristãos e Muçulmanos estão presentes em todos os escalões superiores da administração israelense, e há também 9 Drusos, incluindo duas mulheres, que exercem suas funções em níveis diplomáticos elevados.
É ISTO QUE CHAMAM DE APARTHEID ISRAELENSE?