Presidente da Turquia ameaça ação militar contra Israel
“Erdogan não é estranho a fazer explosões inflamatórias e escalonadoras. Ele tem ameaçado consistentemente invadir a Grécia e Chipre — grandes aliados dos EUA e da Europa.
FOUNDATION FOR DEFENCE OF DEMOCRACIES
STAFF - 29 JUL, 2024
Últimos desenvolvimentos
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan ameaçou ação militar contra Israel em 28 de julho, um dia após 12 crianças na cidade de Majdal Shams, nas Colinas de Golã, terem sido mortas por um foguete lançado pelo grupo terrorista libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã — que Erdogan apoia — enquanto jogavam futebol. Durante um discurso televisionado em uma reunião de seu Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP) na cidade de Rize, no Mar Negro, Erdogan disse: "Devemos ser muito fortes para que Israel não possa fazer essas coisas ridículas com a Palestina. Assim como entramos em Karabakh, assim como entramos na Líbia, podemos fazer algo parecido com eles."
Na declaração, Erdogan se referiu ao fornecimento de armas e treinamento da Turquia às tropas azeris que ajudaram os militares do Azerbaijão a recuperar a disputada região de Nagorno-Karabakh da Armênia em 2020 e mais tarde derrubaram a separatista étnica armênia República de Artsakh em 2023. As tropas turcas também apoiaram o Governo de Acordo Nacional da Líbia, reconhecido pelas Nações Unidas, durante a guerra civil líbia em 2020.
Análise de especialistas
“Erdogan não é estranho a fazer explosões inflamatórias e escalonadas. Ele tem ameaçado consistentemente invadir a Grécia e Chipre — grandes aliados dos EUA e da Europa. O governo Biden não deve ignorar ou descartar isso como retórica banal. Em um momento em que a segurança da região está existencialmente ameaçada por entidades terroristas, especificamente Hamas e Hezbollah, os Estados Unidos devem apoiar seu aliado, Israel, e comunicar claramente à Turquia, um membro da OTAN, que suas ameaças não serão toleradas.” — Sinan Ciddi, FDD Non-Resident Senior Fellow.
“Os comentários de Erdogan podem ter consequências de longo alcance para a Turquia. Se a Turquia for vista como uma ameaça convencional a Israel, então a lei dos EUA exige que todas as vendas de armas para o país sejam avaliadas sob os padrões Qualitative Military Edge (QME) que o Congresso autorizou. Cada venda de armas para a região é exigida por estatuto para ser avaliada para determinar se afetaria adversamente o QME de Israel. As ameaças de Erdogan podem exigir formalmente que os Estados Unidos neguem futuras vendas militares para a Turquia.” — Tyler Stapleton, Diretor de Relações Congressionais na FDD Action.
Autoridades israelenses e europeias ridicularizam Erdogan e pedem expulsão da OTAN
Após os comentários de Erdogan, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, disse no X que Erdogan estava seguindo "os passos de Saddam Hussein e ameaça atacar Israel. Apenas deixe-o lembrar o que aconteceu lá e como terminou", acrescentando uma foto de Erdogan ao lado de uma fotografia do ex-ditador iraquiano após sua captura por tropas americanas. O ex-primeiro-ministro israelense e líder do partido de oposição Yesh Atid, Yair Lapid, escreveu no X: "O presidente Erdogan está delirando e delirando novamente. Ele é um perigo para o Oriente Médio. O mundo, e especialmente os membros da OTAN, devem condenar fortemente suas ameaças ultrajantes contra Israel e forçá-lo a encerrar seu apoio ao Hamas. Não aceitaremos ameaças de um ditador aspirante."
Geert Wilders — líder do Partido pela Liberdade no parlamento holandês, que ganhou uma pluralidade de assentos na última eleição geral holandesa — chamou Erdogan de "islamofascista", acrescentando: "Esse cara é totalmente maluco. A Turquia deveria ser expulsa da OTAN".
Posição anti-Israel da Turquia sob Erdogan
A declaração de Erdogan marca mais uma escalada de sua retórica contra Israel desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro. O líder turco comparou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu a Adolf Hitler, além de chamá-lo de "psicopata" e "vampiro". Sob a administração de Erdogan, a Turquia anunciou que se juntaria ao caso de genocídio da África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça e suspendeu o comércio com o estado judeu.