THE EPOCH TIMES
13.05.2025 por James Gorrie
Tradução: César Tonheiro
Depois de décadas quebrando as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e práticas comerciais contraditórias, a China comunista deve continuar explorando o resto do mundo?
A admissão da China na OMC em 2001 foi um momento crucial tanto para o comércio global quanto para a China. Sim, o resto do mundo recebeu produtos baratos, muitas vezes feitos análogos ao trabalho escravo, mas os custos foram igualmente enormes.
A ilusão em 2000 era que permitir a adesão da China à OMC faria com que seu estado autoritário de partido único afrouxasse seu controle sobre os mais de 1 bilhão de habitantes do país. As lições da Praça da Paz Celestial que o Partido Comunista Chinês (PCC) ensinou ao mundo em 1989 foram esquecidas há muito tempo ou, mais provavelmente, ignoradas.
Pensar que a integração da nação comunista no sistema comercial baseado em regras levaria à reforma econômica e à abertura do mercado chinês era, na melhor das hipóteses, ingênuo. Imaginar que o PCC relaxaria e participaria da cooperação global era pura fantasia ou simples indiferença.
A realidade é brutal. O modelo econômico liderado pelo Estado da China, juntamente com violações persistentes dos compromissos da OMC, levou a inúmeros casos de exploração e práticas comerciais predatórias em todo o mundo, década após década.
Do roubo de propriedade intelectual aos enormes desequilíbrios comerciais, a economia global enfrenta desafios que são consequências diretas das ações do regime chinês no âmbito da OMC. Os custos globais de "integrar" o regime ao resto do mundo são impressionantes.
O PCC se "integrou" à economia mundial da mesma forma que o câncer se integra ao corpo humano.
7 maneiras pelas quais o mundo está pior
1. Enormes desequilíbrios comerciais
O superávit comercial da China apenas com os Estados Unidos aumentou de US$ 100 bilhões em 2001 para mais de US$ 400 bilhões em 2023, impulsionado por políticas que promovem as exportações e restringem o acesso estrangeiro a seus mercados, de acordo com o Conselho de Relações Exteriores. Muitas vezes, os fabricantes americanos e da União Europeia perdem com produtos chineses baratos e subsidiados. Embora os consumidores se beneficiem de preços mais baixos, o custo de longo prazo é a dependência econômica da manufatura chinesa.
2. Perda de milhões de empregos
O influxo de importações chinesas sob a adesão à OMC levou a perdas maciças de empregos nos setores manufatureiros ocidentais. Só os Estados Unidos perderam cerca de 3,4 milhões de empregos para a China entre 2001 e 2015, de acordo com o Instituto de Política Econômica. Isso dizimou o coração industrial da América, particularmente em têxteis e eletrônicos, à medida que as empresas buscavam custos trabalhistas mais baixos ou então fechavam as portas.
3. Propriedade Intelectual Roubada
O roubo desenfreado de propriedade intelectual (PI) da China é uma questão bem documentada. A espionagem patrocinada pelo Estado da China têm como alvo empresas ocidentais, apesar dos compromissos da OMC de proteger a propriedade intelectual, incluindo transferências forçadas de tecnologia e roubo cibernético. As perdas para as empresas dos EUA são estimadas em US$ 225 bilhões a US$ 600 bilhões por ano, de acordo com o Escritório do Representante de Comércio dos EUA.
4. Fábricas roubadas e esvaziamento industrial
Os subsídios da China e as joint ventures forçadas com empresas ocidentais, uma vez que se mudaram para lá, também enfrentaram mandatos para entregar conhecimento tecnológico. Isso resultou em empresas chinesas dominando cadeias de suprimentos críticas em eletrônicos e máquinas pesadas, enfraquecendo a segurança nacional e a resiliência econômica.
5. Classes médias esvaziadas e declínio social nas nações ocidentais
O declínio dos empregos na indústria corroeu a classe média nas nações ocidentais, resultando em alto desemprego, salários estagnados e aumento da desigualdade. A adesão da China à OMC tem sido a principal causa, com seus produtos de baixo custo superando as indústrias locais. As consequências sociais e políticas estão sendo sentidas atualmente.
6. Dívida extrema da BRI
A Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI, também conhecida como "Um Cinturão, Uma Rota") sobrecarregou as nações em desenvolvimento com dívidas insustentáveis, com alguns casos excedendo de 10% a 15% de seu PIB. Países como Sri Lanka e Paquistão cederam ativos estratégicos, incluindo portos, para a China após a inadimplência dos empréstimos. Embora enquadrada como ajuda à infraestrutura, a BRI serve principalmente aos interesses geopolíticos do PCC, prendendo as nações mais pobres à dependência e minando sua soberania.
7. Portões marítimos controlados pela China e influência global
Por meio da BRI e de investimentos estratégicos, a China ganhou controle sobre pontos críticos de estrangulamento marítimo, como o Porto de Hambantota no Sri Lanka e influência na zona do Canal do Panamá. Esses "portões marítimos" aumentam a capacidade de Pequim de projetar poder e controlar as rotas comerciais globais, levantando preocupações sobre o domínio militar em regiões-chave.
Quebrando a China comunista ...
O regime chinês tem abusado das regras da OMC e do resto do mundo desde o início. Além disso, o incumprimento abrangente e endêmico do regime, que é dirigido pelo PCC, minou a credibilidade da OMC.
Desde 2001, os Estados Unidos entraram com 23 dos 43 casos da OMC contra a China por inúmeras violações, mas a aplicação continuou fraca. A expulsão poderia pressionar a China a se reformar, potencialmente nivelando o campo de jogo, mas se o passado é um prólogo, isso não está nas cartas.
As tarifas do governo Trump visam quebrar o controle da China sobre a manufatura e trazer empregos de manufatura de volta aos Estados Unidos. A China já está sentindo a dor da menor demanda, salários mais baixos e maior desemprego. Um resultado direto disso é o PCC sentir a pressão do aumento das tensões domésticas e até provavelmente uma ameaça sistêmica.
Ou quebrando a OMC?
Os opositores argumentam que a expulsão da China enfraqueceria a OMC e o comércio global. Isso é verdade. Mas outros observam há anos que o comércio adversário do regime quebrará a OMC. No mínimo, o abuso de Pequim distorceu, se não diminuiu, a relevância da OMC.
Afinal, de que adianta uma OMC se ela gera um desequilíbrio econômico que ameaça o bem-estar do resto do mundo?
Dito isso, a OMC deverá fazer mais regras que Pequim haverá de ignorar? Jogar o mesmo jogo e esperar que a China mude enquanto o PCC estiver no poder não é realista.
Alguns temem que a expulsão também possa levar a China a formar blocos comerciais alternativos fora da OMC, fragmentando ainda mais a economia global. Isso já está acontecendo enquanto você lê isso.
A China precisa ser expulsa da OMC.
Um arranjo melhor, mais justo e benéfico seria que as nações livres negociassem com outras nações livres e deixassem os ditadores distópicos em Pequim negociarem com outros idênticos a eles.
Quão bem isso funcionaria?
As opiniões expressas neste artigo são opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.
James R. Gorrie é o autor de "The China Crisis" (Wiley, 2013) e escreve em seu blog, TheBananaRepublican.com. Ele mora no sul da Califórnia.
https://www.theepochtimes.com/opinion/breaking-communist-china-5853770