Reino Unido deve se preparar para conflito direto com a Rússia, diz secretário de defesa
Londres investirá US$ 8 bilhões na produção de mísseis de longo alcance, disse John Healey

01/06/2025
Tradução: Heitor De Paola
O Reino Unido planeja mobilizar bilhões de libras para reforçar sua base militar-industrial em preparação para um possível conflito com a Rússia, disse o Secretário de Defesa John Healey.
A declaração foi feita antes da publicação da Revisão Estratégica de Defesa do governo, na segunda-feira. Segundo a BBC, espera-se que o relatório retrate a Rússia e a China como grandes ameaças ao Reino Unido.
A revisão deverá destinar £ 1,5 bilhão (US$ 2 bilhões) à construção de seis novas fábricas de munições. Nos próximos cinco anos, Londres destinará cerca de £ 6 bilhões à fabricação de armas de longo alcance, incluindo mísseis Storm Shadow, disse Healey à BBC no domingo. O míssil, desenvolvido em conjunto com a França, teria sido usado pela Ucrânia para atingir alvos civis em território russo, segundo Moscou.
“Esta é uma mensagem também para Moscou. É a Grã-Bretanha se mantendo firme – não apenas fortalecendo nossas Forças Armadas, mas também reforçando nossa base industrial. Faz parte da nossa prontidão para lutar, se necessário”, disse Healey.
O apoio ocidental à Ucrânia expôs sérias fraquezas na produção de armas, com líderes militares britânicos alertando que os estoques de armas estão perigosamente baixos, informou a BBC.
Como um dos maiores apoiadores de Kiev na Europa, Londres forneceu à Ucrânia cerca de € 15,16 bilhões (US$ 17,2 bilhões) em ajuda, mais de dois terços dos quais são apoio militar, de acordo com dados do Instituto Kiel da Alemanha.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o presidente francês, Emmanuel Macron, defenderam o envio de tropas ocidentais para a Ucrânia. Eles também pressionaram pelo envio de uma força de paz em caso de cessar-fogo total.
A Rússia alertou que quaisquer tropas da OTAN enviadas à Ucrânia – mesmo sob a designação de forças de paz – seriam tratadas como alvos legítimos. A Rússia também afirmou que o envolvimento estrangeiro apenas agravaria o conflito e, em última análise, não impediria a Rússia de atingir seus objetivos militares.
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