Rubio critica os aliados da OTAN como nada mais do que "parceiros juniores" e exige 5% de gastos com defesa
GATEWAY PUNDIT - Robert Semonsen - 25 abril, 2025
Em uma crítica severa aos membros europeus da OTAN que se tornou cada vez mais comum no governo Trump, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, emitiu um severo alerta, instando os estados-membros da aliança a aumentarem drasticamente seus orçamentos de defesa ou correrem o risco de minar a credibilidade de toda a organização.
“A OTAN é tão forte quanto os compromissos de seus membros”, disse Rubio ao The Free Press em uma entrevista. “Se os EUA estão carregando a maior parte, com as nações europeias como meros parceiros menores, isso não é uma aliança de verdade — é uma dependência.”
Os comentários de Rubio ocorrem em meio à crescente frustração em Washington com a contínua dependência da OTAN do apoio militar e financeiro americano. Apesar de um acordo de 2014 entre os membros da OTAN para alocar 2% do PIB à defesa, muitos países europeus ainda não conseguem atingir essa meta, deixando os EUA arcando com o peso dos custos da OTAN.
“Os EUA estão se esforçando mais do que o devido”, disse Rubio. “Para que a OTAN permaneça credível, seus membros precisam cumprir suas responsabilidades. Para que esta seja uma aliança de verdade, precisa ser um compromisso mútuo — não apenas um compromisso em que os EUA cobrem a conta.”
Rubio, conhecido por sua postura agressiva em política externa, propôs que os membros da OTAN visassem um patamar muito mais alto: 5% do PIB destinados à defesa. Sua proposta surge em resposta ao contínuo subfinanciamento de importantes nações europeias, especialmente à luz das crescentes ameaças globais.
“Se a OTAN quiser continuar a funcionar como uma força de defesa confiável, precisa ser uma parceria real, não um acordo parasita”, afirmou Rubio. “A Europa precisa se posicionar. É hora de os aliados fazerem os sacrifícios necessários.”
Os comentários de Rubio foram feitos após sua primeira reunião de ministros das Relações Exteriores da OTAN no início deste mês, na qual ele buscou tranquilizar os aliados europeus sobre o compromisso dos EUA com a aliança sob o comando do presidente Donald Trump. No entanto, a mensagem foi clara: a era da indulgência americana acabou.
Esse sentimento é ecoado por outras altas autoridades dos EUA, incluindo o Conselheiro de Segurança Nacional Mike Waltz, que recentemente destacou que Washington espera que todos os membros da OTAN cumpram a meta de 2% de gastos com defesa até a cúpula da OTAN em junho.
“A segurança da Europa não pode continuar sendo uma via de mão única”, observou Waltz. “Os EUA não arcarão mais com o peso dos custos de defesa da OTAN enquanto outros se esquivam de suas responsabilidades.”
Os gastos com defesa têm sido uma questão controversa dentro da aliança há muito tempo. Mas a retórica contundente de Rubio destaca um renovado impulso dos EUA por uma divisão mais equitativa dos encargos, especialmente com o aumento contínuo das tensões geopolíticas.
“Os Estados Unidos continuam comprometidos com a OTAN”, enfatizou Rubio, “mas não como um empreendimento unilateral. Para que a OTAN permaneça eficaz, a Europa precisa fazer mais.”
A posição de Rubio sinaliza uma mudança mais ampla na política externa dos EUA, que prioriza os interesses americanos e exige maiores contribuições dos aliados europeus. Essa mudança também foi ecoada pelo Secretário de Defesa, Pete Hegseth, que fez comentários semelhantes durante um discurso na Escola de Guerra do Exército, na Pensilvânia.
“A era em que os EUA eram os únicos garantidores da segurança europeia acabou”, declarou Hegseth. “É hora de a Europa assumir a responsabilidade por sua própria defesa. A meta de 2% da OTAN não é mais suficiente. Se a Europa quer segurança, ela precisa financiá-la.”
Com a cúpula da OTAN se aproximando, a aliança enfrenta um momento crítico. Se as nações europeias não atenderem às crescentes demandas por gastos com defesa, correm o risco de fragmentar a unidade da OTAN em um momento em que o cenário de segurança global se torna cada vez mais imprevisível.
A questão agora é se a Europa atenderá ao apelo por maiores investimentos em defesa ou se os EUA serão forçados a reconsiderar seu papel no futuro da OTAN. O resultado pode muito bem moldar o futuro da aliança e sua capacidade de enfrentar ameaças globais emergentes.
Robert Semonsen é jornalista político e colunista especializado em globalização, geopolítica, segurança, migração e assuntos europeus. Ex-jornalista do The European Conservative, seu trabalho foi publicado em diversas publicações em inglês na Europa e nas Américas. Ele tem formação acadêmica em ciências biológicas e médicas. Siga-o no X em https://x.com/Robert_Semonsen