Trump humilha Zelenskyi e pode acabar com a guerra de 3 anos
Tradução: Heitor De Paola
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que o presidente Trump não se opôs a nenhuma observação específica feita pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy durante a reunião no Salão Oval na sexta-feira passada, mas sim ao seu tom e comportamento. Ela não estava errada. Zelenskyu demonstrou seu desrespeito por meio da linguagem corporal, incluindo cruzar os braços, revirar os olhos e exibir uma postura desdenhosa. Ele também se dirigiu ao vice-presidente JD Vance como "JD" em vez de "Sr. Vice-presidente", como se fossem companheiros de boteco.
No entanto, não há dúvidas de que o confronto na Casa Branca foi uma emboscada bem orquestrada, projetada para derrubar o presidente ucraniano e fazê-lo se submeter a um acordo de paz com a Rússia.
O ÂNGULO JUDAICO
Há vários pontos-chave que sugerem que o povo judeu e o estado de Israel devem ficar do lado da Rússia em seu conflito com a Ucrânia, e não o contrário. Como muitas questões judaicas modernas, tudo começou com o Holocausto.
Entre 1941 e 1945, estima-se que 1.600.000 judeus foram mortos na Ucrânia, com o envolvimento entusiasmado de colaboradores ucranianos. Enquanto isso, muitos judeus poloneses e soviéticos fugiram para o leste da Europa ocupada pelos alemães ou foram deportados pela União Soviética. A maioria dos judeus poloneses exilados passou a guerra em campos de trabalho e colônias na Ásia Central e na Sibéria. No final da guerra, os judeus deslocados dentro da União Soviética constituíam o maior grupo de judeus europeus sobreviventes, já que a maioria dos que permaneceram em territórios ocupados pereceram no Holocausto. Em outras palavras, não era divertido ser judeu na Rússia durante a Segunda Guerra Mundial, mas também não houve genocídio sistêmico de judeus.
Como filho de um sobrevivente do Holocausto, para mim, essa é a razão fundamental pela qual deveríamos ficar do lado da Rússia e não da Ucrânia.
AS RAZÕES DE TRUMP
Houve várias explicações críticas para a tentativa do governo Trump de coagir a Ucrânia a admitir a derrota e assinar um acordo de paz:
1. Trump quer estreitar seu relacionamento com o presidente Vladimir Putin para evitar uma aliança poderosa entre a Rússia e a China.
2. Trump quer que a Rússia permita que os EUA e Israel tenham livre acesso às instalações nucleares do Irã, caso seja necessário.
3. Trump quer que a Rússia se reintegre à economia ocidental, onde outros atores vêm preenchendo o vácuo deixado em fevereiro de 2022 com a invasão da Ucrânia.
Além disso, Trump detesta Zelenskyi, já que o presidente ucraniano se recusou a fornecer detalhes incriminatórios contra Hunter Biden, que atuou no conselho da Burisma Holdings, uma das maiores produtoras privadas de gás natural da Ucrânia, de 2014 até seu mandato expirar em abril de 2019 — sem nenhuma qualificação profissional além de ser filho de seu pai.
E, falando de Bidens, Trump tem expressado seu espanto com o tamanho da ajuda militar dos EUA à Ucrânia, estimada entre US$ 300 bilhões e US$ 350 bilhões ao longo de três anos. Em comparação, Israel recebeu cerca de US$ 40 bilhões nos últimos 20 anos. Como ele disse, mesmo com essa quantia enorme, a Ucrânia ainda está fadada a perder para a Rússia no longo prazo e nunca pagará sua dívida com os EUA. É por isso que Trump quer ser pago de volta em minerais ucranianos.
Aliás, como alguns comentaristas sugeriram, com as empresas de mineração americanas explorando a Ucrânia, as chances de um novo ataque russo seriam menores.
E ISRAEL?
Os interesses de Israel favorecem uma vitória russa sobre a Ucrânia, seja em batalha ou por meio de um acordo de paz. Aqui está o porquê:
1. Putin é o primeiro czar russo que não está contaminado pelo vírus do antissemitismo. É verdade que os últimos três anos encorajaram os tradicionais antissemitas russos, mas isso ficou muito aquém dos expurgos antissemitas de décadas mais sombrias.
2. Os russos permitiram que as IDF atacassem impunemente o Hezbollah e outros representantes iranianos na Síria, onde o exército russo desfrutava de controle considerável. De fato, há rumores hoje de que os israelenses têm implorado aos russos para permanecerem na Síria como um baluarte contra a nova revolução jihadista, mas talvez mais importante, para repelir os avanços turcos e até mesmo o controle potencialmente turco sobre a Síria.
3. A Ucrânia votou centenas de vezes a favor de resoluções anti-israelenses na ONU. Além disso, após o massacre de 7 de outubro, Zelenskyi criticou a invasão israelense da Faixa de Gaza.
Em 24 de fevereiro, Israel se juntou aos EUA na votação contra uma resolução da Assembleia Geral da ONU proposta pela Ucrânia e pela União Europeia no terceiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia. A resolução enfatizou a necessidade de defender a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, pedindo o fim das hostilidades e uma resolução pacífica para o conflito. Ela foi apoiada por 93 países, enquanto 65 se abstiveram e 18 se opuseram.

Os EUA e Israel foram dois dos votos contrários. Foi a atitude correta do governo de Netanyahu. Espero ver o primeiro-ministro israelense visitando Moscou novamente em breve, com a orquestra do Exército Russo tocando Hatikvah na Praça Vermelha.
https://www.jewishpress.com/news/global/europe/ukraine/trump-humiliates-zelenskyy-may-end-3-year-war/2025/03/02/