Uma abordagem proativa ao antissemitismo na América Latina após 7 de outubro - opinião
Desde as atrocidades de 7 de outubro, os ataques contra judeus explodiram em quase 1.000% no Brasil. Precisamos defender Israel com ousadia.
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THE JERUSALEM POST
Tradução e Comentários: Heitor De Paola
Após o massacre bárbaro do Hamas em 7 de outubro , Colômbia, Chile e Honduras retiraram seus embaixadores de Israel. Bolívia e Belize cortaram relações completamente. O presidente do Brasil comparou o primeiro-ministro de Israel a Hitler, e o México endossou as alegações absurdas do Tribunal Penal Internacional contra ele.
No entanto, as altercações diplomáticas não devem nos afastar da região; pelo contrário.
Desde que me tornei porta-voz do Knesset, busquei abrir uma nova frente na guerra pelo nome e reputação global de Israel – a diplomacia parlamentar. Ao envolver dezenas de meus colegas em todo o mundo, tornei meu objetivo advogar por Israel nos principais centros de poder e governança nacionais, os palácios dos parlamentos.
Um verdadeiro amigo e defensor de Israel, o presidente da Câmara dos Deputados do Paraguai, Raúl Latorre, é um desses líderes legislativos notáveis.
O primeiro alto funcionário da América Latina a fazer uma visita solidária a Israel depois de 7 de outubro, Latorre se juntou a mim em uma dolorosa peregrinação ao Kibutz Kfar Aza, epicentro do massacre de 7 de outubro
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Pouco tempo depois, ele me enviou um convite para ser o primeiro presidente do Knesset a visitar o Paraguai – e o primeiro a discursar em um parlamento latino-americano desde que meu primeiro antecessor, Yosef Sprinzak, visitou a Argentina em 1950.
Enquanto estávamos em Assunção, inauguramos a nova embaixada de Israel e nos encontramos com o presidente Santiago Peña, um defensor de Israel. De lá, continuamos para a Argentina para nos encontrarmos com outro de nossos maiores aliados, o presidente Javier Milei, e vários de seus ministros seniores e depositar uma coroa de flores no AMIA Jewish Center em Buenos Aires, onde terroristas assassinaram brutalmente 85 inocentes sob o comando do Irã.
As relações tensas de Israel na região apenas ressaltam a importância desta visita. Para Israel e o povo judeu, a América Latina é essencial.
Centenas de milhares de judeus vivem na região, e a Argentina sozinha abriga a sétima maior comunidade judaica do mundo. E onde quer que o sentimento anti-Israel se infiltre nos corredores do poder, o antissemitismo rapidamente segue nas ruas.
Ataques no Brasil contra judeus explodem após 7 de outubro
Desde as atrocidades de 7 de outubro, os ataques contra judeus explodiram em quase 1.000% no Brasil. Antissemitas atacaram um proeminente jornalista judeu no Peru e vandalizaram cemitérios judeus na Nicarágua. Um ex-presidente do México acusou seu sucessor de ser “judeu e estrangeiro”.
Apesar das tensões atuais, a América Latina tem um longo legado de amizade com Israel.
Treze potências latino-americanas votaram a favor da resolução da ONU que abriu caminho para a criação de Israel em 1947. Na época, os países latino-americanos representavam cerca de 20% dos estados-membros da ONU, mas quase 40% deles votaram pela criação de um estado judeu.
As potências latino-americanas permaneceram amigas de Israel mesmo depois da Guerra do Yom Kippur, apesar da imensa pressão do mundo árabe.
O parentesco da América Latina com Israel deve ser bem compreendido. Compartilhamos tantos valores, de comunidade e família a liberdade e democracia. Temos histórias nacionais semelhantes, tendo conquistado a independência de poderes maiores do que nós.
Os inimigos terroristas de Israel são a antítese de tudo o que nós e todo o mundo livre acreditamos.
Diplomaticamente, o caminho pode ser cheio de dificuldades. Mas esta visita à região deve inspirar esperança.
Israel e o povo judeu enfrentaram algumas de nossas horas mais sombrias no Paraguai e na Argentina. Em 1970, terroristas da OLP invadiram a embaixada de Israel em Assunção, assassinando Edna Peer, a primeira diplomata israelense morta no exterior.
Em 1992, um homem-bomba apoiado pelo Irã lançou uma caminhonete carregada de explosivos contra a Embaixada de Israel em Buenos Aires, matando 29 pessoas. Em 1994, o atentado à AMIA em Buenos Aires marcaria o ataque mais mortal contra judeus desde o Holocausto – até 7 de outubro.
E ainda assim, precisamente onde lutamos, também tivemos sucesso. Paraguai e Argentina são agora campeões de Israel no cenário mundial. Foram eles que me convidaram, como representante do Knesset e do povo de Israel, para reunir apoio a Israel e à nossa guerra justa para trazer cada refém para casa.
Paraguai e Argentina, além de serem os melhores amigos de Israel na América Latina, estão entre nossos aliados mais próximos no mundo.
Diante da adversidade, não podemos recuar, mas devemos seguir em frente. Precisamos defender Israel com ousadia e enfrentar destemidamente os críticos mais severos de Israel, especialmente em seu próprio quintal.
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COMENTÁRIO DO EDITOR DO SUBSTACK:
Creio que o Autor precisa conhecer melhor a história secreta da fundação de seu país. A América Latina estava decidida a votar CONTRA a fundação de Israel. Brasil e Haiti mudaram o voto de não para sim três dias antes da votação. Quem mudou o voto, poucos dias antes foi Nelson Rockefeller que foi contatado por um dos maiores estaditas do século XX, David Ben Gurion, com direito a ombrear com Winston Churchill. Rockefeller financiou o Partido Nazista desde o início. Em 1939 mandou para Hitler 35 milhões de dólares via Chase National Bank. Mesmo após a entrada dos EUA na guerra, quando foi proibido negociar com o Eixo, sua empresa Standard Oil of New Jersey continuou mandando petróleo via Espanha franquista para a Wermacht e as SS, a ponto do então Senador Harry Truman descrever seu comportamento como “traição”. O que Rockefeller não sabia é que uma organização secreta sionista tinha um dossiê sobre todas suas operações proibidas por lei, suas ligações bancárias diretas via bancos suiços com os nazistas, transcrição de suas conversas com líderes nazistas e seu apoio à fuga clandestina dos mesmos. Como eram necessários os votos da AL Ben Gurion apresentou esse dossiê a Nelson que exigiu que jamais essas informações transpirassem. Suas palavras para Ben Gurion foram: “Vocês podem ter sua vingança ou ter um país, mas não podem ter ambos”. Quanto aos votos da AL disse: “Não se preocupe, todos os países da AL votarão a favor ou se vão se abster”. (The Secret War against the Jews: how Western espionage betrayed the Jewish People, John Loftus & Mark Aarons, 1994, St. Martin’s Griffin, pp. 167-174.)
HEITOR DE PAOLA
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O escritor é presidente do Knesset
https://www.jpost.com/opinion/article-820944
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