(VÍDEO) - ‘Não tenho ódio pelo assassino’ – o primeiro-ministro eslovaco Fico aparece pela primeira vez desde a tentativa de assassinato
Ele perdoa o atirador e defende a paz na Europa numa nova mensagem poderosa
REMIX
DÉNES ALBERT - 6 JUN, 2024
Quatro dias antes das eleições para o Parlamento Europeu, em 9 de junho, o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, divulgou uma mensagem de vídeo de 14 minutos na quarta-feira, sua primeira aparição desde que quase morreu depois que um homem de 71 anos atirou nele cinco vezes, incluindo no estômago durante um evento político rural no mês passado.
"Caros amigos! No dia 15 de Maio, um activista político da oposição tentou assassinar-me devido às minhas opiniões políticas. A equipa médica do Hospital Roosevelt evitou o pior cenário e agora o hospital de Bratislava está a fazer todo o possível para a minha recuperação. Se tudo correr conforme o planejado, poderei retornar às minhas funções oficiais no final de junho”, disse Fico no discurso surpresa.
Ele acrescentou: “É hora de perdoar. Não tenho ódio do assassino, não quero me vingar nem buscar indenização. Eu o perdôo e deixo que ele resolva seus pensamentos.
“É claro que ele era apenas um mensageiro do ódio político maligno da fracassada e frustrada oposição eslovaca”, disse o primeiro-ministro eslovaco.
No seu discurso, Robert Fico sublinhou que “ao longo da minha longa carreira política, sempre confiei no direito político fundamental à dissidência e rejeitei fundamentalmente a política de uma opinião correcta, que algumas das grandes democracias ocidentais defendem agressivamente. A Eslováquia recusou-se a fornecer qualquer ajuda militar à Ucrânia a partir de reservas estatais, exceto ajuda humanitária, e continuamos a preferir fundamentalmente a paz à guerra.”
Fico falou também sobre a responsabilidade da oposição e da imprensa, mencionando George Soros nominalmente, e sublinhou que a posição pró-paz sobre a Ucrânia não é aceite a nível internacional nem nas organizações.
"Caros amigos! No dia 15 de maio não fui atacado por um louco. A oposição está a abusar do facto de as grandes democracias afirmarem uma opinião única e vinculativa sobre questões reais de política externa e rejeitarem as posições soberanas dos pequenos países. Na política interna eslovaca, isto manifesta-se na tolerância de excessos violentos e odiosos contra o poder governamental legítimo a nível internacional, sem qualquer comentário”, confirmou Fico.
“Ninguém os forçou a fazê-lo, e a oposição não conseguiu compreender que as suas políticas agressivas e odiosas tinham levado uma parte da sociedade a um beco sem saída, e era apenas uma questão de tempo até que a tragédia acontecesse. A oposição deve refletir sobre o que aconteceu. Se continuar assim, só causará mais vítimas”, concluiu o primeiro-ministro eslovaco.